Obama acusa republicanos de intransigência sobre abismo fiscal
A tensão foi constante durante este domingo em Washington diante do impasse para a conclusão de um acordo entre republicanos e democratas para evitar o "abismo fiscal" nos Estados Unidos. Os dois partidos trocaram acusações mútuas pelas dificuldades no avanço das negociações. Se não for concluído um acordo, o país pode começar 2013 com a ameaça de uma recessão.
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O presidente americano Barack Obama responsabilizou os republicanos sobre a falta de acordo para evitar o temido “abismo fiscal” nos Estados Unidos. Em uma entrevista veiculada neste domingo pelo canal americano NBC, ele garantiu que a oposição não consegue aceitar a ideia que “os impostos dos americanos mais ricos devem aumentar um pouco”. Na emissão, Obama também fez um apelo para que o Congresso aja o mais rápido possível para proteger a classe média do país.
O Congresso do país tem até a terça-feira para evitar um aumento considerável dos impostos, além de cortes orçamentários que podem causar uma grave recessão no país. Líderes dos partidos democrata e republicano passaram todo o final se semana reunidos a fim de encontrar um consenso sobre o plano contra o “abismo fiscal”.
As lideranças voltam a se encontrar esta tarde às 13h (horário local) com previsão de uma votação às 18h30. De acordo com o jornal Washignton Post deste domingo, o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o dirigente da minoria republicana, Mitch McConnell, estipularam as 15h de hoje como a hora limite para encontrar um acordo.
No programa “Meet the Press”, Obama garantiu que se nenhuma solução for encontrada até o dia 1° de janeiro, ele irá propor um texto que estabeleça ao menos a redução dos impostos para a classe média americana.
Os mercados financeiros terão consequências “nefastas” se os Estados Unidos não conseguirem chegar a um acordo antes da próxima terça-feira para evitar o “abismo fiscal”, preveniu o presidente americano.
Entretanto, ele se diz esperançoso que o problema será resolvido nas próximas 48 horas. “Nós conseguiremos chegar lá. Democratas e republicanos dizem que as taxas da classe média não devem ser aumentadas. É algo sobre qual nós concordamos. Se nós aprovarmos esta decisão, ela atenuará os efeitos do ‘abismo fiscal’. Isso evitará as piores consequências”, disse.
“Se nós virmos que no dia 1° de janeiro o problema não tiver sido resolvido, que nós não conseguimos reduzir o déficit como nós poderíamos ter feito se os republicanos tivessem aceito o acordo que eu lhes propus, aí, evidentemente isso terá consequências nefastas sobre os mercados”, reiterou.
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