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França/UMP

Alain Juppé tenta salvar principal partido da direita francesa

O futuro da principal força política da direita francesa, a União por um Movimento Popular (UMP), partido dos ex-presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy e principal rival do Partido Socialista (PS) do presidente François Hollande, está, a partir de hoje, nas mãos do ex-ministro das Relações Internacionais e prefeito da cidade francesa de Bordeaux, Alain Juppé. Ele se encontra nesta noite com os dois protagonistas da crise na sigla, o ex-primeiro-ministro François Fillon, e o secretário-geral da UMP, Jean-François Copé. Eles se confrontam, há uma semana, pela liderança do partido, depois do anúncio do resultado de uma eleição da qual ambos dizem ter saído vencedores. 

Em março deste ano, o mediador da UMP, Alain Juppé (esquerda), e os dois protagonistas da crise no partido, François Fillon (centro) e Jean-François Copé, participaram de um comício do ex-presidente Nicolas Sarkozy.
Em março deste ano, o mediador da UMP, Alain Juppé (esquerda), e os dois protagonistas da crise no partido, François Fillon (centro) e Jean-François Copé, participaram de um comício do ex-presidente Nicolas Sarkozy. REUTERS/Charles Platiau/Files
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“Tenho a esperança de conseguir [resolver a crise na UMP], mesmo se tenho poucas chances”, declarou Juppé nesta tarde. O mediador de 67 anos terá a dura tarefa de tentar conciliar dois movimentos opostos dentro do mesmo partido e liderar uma comissão de investigação para averiguar quem é finalmente o vencedor das eleições do último domingo.

Há uma semana, antes mesmo do final da contagem de votos das eleições presidenciais da UMP, o candidato Jean-François Copé se proclamou vencedor da disputa. Momentos depois, Fillon teve a mesma atitude e se anunciou como o novo líder do partido. O episódio iniciou a pior crise dentro da direita francesa e vem sendo tratado como “novela” pela mídia do país.

Depois de quase uma semana de troca de insultos e declarações desconcertantes à imprensa dos dois rivais Copé e Fillon, além de denúncias de fraude e a não contagem dos votos de alguns departamentos ultramarinhos da França, Juppé foi anunciado pela UMP como o mediador da crise.

“Se eles não aceitarem minhas condições, eu me retiro, não é um drama, eles vão dar um jeito”, declarou Juppé esta manhã. O dirigente, no entanto, se diz confiante em resolver a situação.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), 71% dos franceses e 67% dos simpatizantes da UMP acreditam que uma nova eleição seria necessária para colocar a ordem no partido.

“Baile de hipócritas”

Líderes dos outros partidos se divertem com o drama da direita. A líder da extrema-direita, Marine le Pen, ex-candidata à presidência pela Frente Nacional (FN), declarou hoje que este é o fim da UMP. “É um baile de hipócritas”, disse ciente que uma parte dos simpatizantes do partido e até mesmo de integrantes da UMP podem migrar para a sua sigla.

O presidente do partido centrista União dos Democratas Independentes (UDI), Jean-Louis Borloo, não perdeu a oportunidade de alfinetar a UMP. “A verdadeira oposição, serena, tranquila, tolerante e aberta é na UDI”.

O drama também complica o trabalho de embaixadores e dirigentes de outros países na França. Na sexta-feira, o embaixador da Suécia em Paris, Gunnar Lund, escreveu em seu Twitter: “Tente explicar a meu país o que acontece na UMP. Não é fácil!”.

 

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