Premiê turco pede ajuda da Alemanha para conter refugiados sírios
O primeiro ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta quarta-feira a ajuda da Alemanha para enfrentar o fluxo de refugiados sírios que fogem da guerra civil em seu país. Em visita à Berlim, o premiê turco também enfatizou que pretende entrar na União Europeia até no máximo 2023.
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“Nós precisamos da ajuda e da assistência da Alemanha”, insistiu durante uma coletiva de imprensa comum com a chanceler alemã Ângela Merkel. Erdogan precisou que dos 300.000 sírios que fugiram do país, 105.000 se refugiaram na Turquia.
Merkel disse que a situação atual na Síria era “um verdadeiro fardo” para Ancara e ofereceu ajuda humanitária.
Em outubro, o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, indicou que a Alemanha estava “pronta, em princípio” para acolher refugiados sírios que estavam na Turquia, mas dentro de um plano internacional.
Berlim enfatizou a necessidade de ajuda humanitária na fronteira entre a Turquia e a Síria, afirmando que a maioria dos refugiados quer voltar para seu país assim que os combates acabarem. Eles foram acolhidos em 13 campos espalhados por províncias do sudeste da Turquia, na fronteira com a Síria.
O governo turco tinha fixado, no mês de agosto, em 100.000 o número máximo de refugiados que estava disposto a acolher e somente se a comunidade internacional ajudasse.
A chanceler alemã insistiu no fato de que era de “grande importância” para a Alemanha ajudar na luta contra as atividades terroristas, principalmente do PKK, o partido dos trabalhadores do Kurdistão, uma organização ilegal. Erdogan acusou, no fim de setembro, Paris e Berlim de não ajudar a Turquia a lutar contra os rebeldes do PKK.
Manifestações e União Europeia
Durante o encontro dos líderes, 1.800 manifestantes que pertencem principalmente às comunidades curda e alevita (ramo do islã xiita) protestaram diante da Porta de Brandeburgo, contra a política do primeiro ministro turco.
Erdogan lembrou seu desejo de que a Turquia entre na União Europeia. A Alemanha se opõe, mas quer a instauração de uma parceria privilegiada com Ancara.
Durante uma recepção na noite de terça-feira, em Berlim, Erdogan garantiu que a seu país seria membro da UE até no máximo 2023, para o 100º aniversário da República, caso contrário, o bloco “perderia a Turquia”.
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