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Sob divergências econômicas, França e Alemanha celebram aniversário da reconciliação

Os jornais franceses deste sábado dão destaque ao primeiro encontro entre o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, que não será marcado pelas preocupações com a zona do euro. Neste domingo, os dois líderes – que demonstram divergências profundas no plano econômico – lançam lado a lado, na cidade francesa de Reims, as celebrações do 50º aniversário da reconciliação franco-alemã, a ser festejado em 22 de janeiro do próximo ano.

Angela Merkel e François Hollande se encontraram em Paris poucas horas antes do Conselho Europeu, na semana passada.
Angela Merkel e François Hollande se encontraram em Paris poucas horas antes do Conselho Europeu, na semana passada. REUTERS/Philippe Wojazer
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Este é o tema da manchete do jornal conservador Le Fígaro, “Hollande e Merkel encenam reconciliação”. O diário afirma que “o exercício não será à vontade, já que a relação pessoal entre o presidente francês e a chanceler alemã está glacial”. Nas últimas semanas, o afastamento dos dois, em contraste com o verificado na época de Nicolas Sarkozy, vem chamando a atenção da imprensa tanto francesa quanto alemã. Na última reunião do Conselho Europeu, os dois líderes chegaram a evitar se cruzarem nos corredores da cúpula.

“O calendário faz com que a História e suas comemorações simbólicas se imponham a François Hollande e Angela Merkel quando eles acabam de sair de um round muito difícil”, diz o editorial de primeira página do Figaro.

O jornal Le Monde prefere debater a solidez da relação do “casal” franco-alemão. O Monde questiona as divergências em diversos aspectos além da visão econômica, como a falta de cooperação militar, a concorrência que Paris e Berlim protagonizam no Magreb e no Oriente Médio, a ausência, até hoje, de uma embaixada comum franco-alemã, além dos discursos nem sempre alinhados que adotam em fóruns internacionais como o G20 e a ONU.

O diário sustenta que a cooperação entre a França e a Alemanha deve servir de exemplo para os outros países europeus, sobretudo neste momento de crise. “Celebrar o passado não é suficiente para entrar na História. É preciso um novo Tratado do Eliseu”, diz o jornal, no editorial, em referência ao acordo assinado pelo general Charles de Gaulle e o chanceler Konrad Adenauer, em 1963.
 

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