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Imprensa francesa

Volta da aposentadoria aos 60 anos na França está na contramão do mundo

A França vai ser penalizada duplamente ao propor novamente a aposentadoria parcial aos 60 anos de idade, afirma o jornal Le Figaro na sua edição desta quinta-feira. Os trabalhadores e as empresas do país serão os primeiros a pagar pelo erro porque sairá do bolso deles o custo de uma decisão que vai na contramão do resto do mundo, afirma o jornal conservador. Além disso, a decisão do socialista François Hollande deverá enfraquecer a imagem da França diante dos parceiros europeus, já que o bloco vive uma crise grave e passa por reformas dolorosas.

DR
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Segundo reportagem do Le Figaro, já em 2013 a decisão do governo em permitir aposentadoria aos 60 anos para quem trabalhou cedo e cotizou mais 41 anos e meio, vai custar 1 bilhão e 100 milhões de euros. A oposição, afirma o jornal, critica não apenas o anúncio desse "presente eleitoral" a 4 dias das eleições legislativas como também o fato de que a medida vai na direção contrária dos outros países europeus que empurraram a idade mínima para a aposentadoria para 65 e até 67 anos, em alguns casos.

O econômico Les Echos adverte em sua manchete que os problemas do déficit público e fiscal da França estão se tornando uma equação difícil para o governo. Ontem, em reação às críticas do ex-primeiro ministro François Fillon, o ministro da Economia, Pierre Moscovici, disse que se nada fosse feito, o rombo das contas públicas este ano seria de 5% do PIB. Para cumprir o objetivo de reduzir o déficit para 3% no ano que vem o governo vai ser rigoroso no programa fiscal para as pesquenas e médias empresas, escreve o diário econômico.

O católico La Croix se interessa pela crise na Espanha e alerta em sua manchete que é preciso salvar a economia espanhola para salvar também o euro. Hoje, afirma o jornal, Madri deve pedir emprestado 2 bilhões de euros nos mercados.

Enquanto isso, a Europa se prepara para socorrer o país que ficou muito fragilizado diante da situação de seu sistema bancário. O comunista L'Humanité afirma que todos concordam em ajudar a Espanha mas diferem no método. Paris e Madri defendem uma ajuda direta aos bancos em dificuldade, para evitar um plano como o que foi montado para outros países como Grécia e Portugal. Já Berlim quer que o dinheiro passe por um fundo de socorro ao sistema bancário, já que os recursos devem ser encaminhados a uma instituição pública e não diretamente ao setor privado.
 

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