"A República deve ser implacável", diz Sarkozy

Presidente francês promete criminalizar qualquer envolvimento com ideologias extremistas. Em seu primeiro pronunciamento depois da morte do francês de origem argelina Mohamed Merah, acusado de sete assassinatos em Toulouse e Montauban, o presidente Nicolas Sarkozy prometeu reforçar o arsenal penal para o combate ao terrorismo - "A República deve ser implacável", disse.

Nicolas Sarkozy, presidente francês, durante pronunciamento sobre a morte do assassino de Toulouse na TV, nesta quinta-feira. REUTERS/France Television

Na prática, ele pretende criminalizar o envolvimento com ideias extremistas. "Qualquer pessoa que consultar sites na internet que fazem apologia ao terrorismo ou que conclamam à violência será punida legalmente", garantiu. O mesmo vale para quem viajar ao exterior para se doutrinar em ideologias extremistas - como fez Merah, que recebeu treinamento da rede terrorista Al Qaeda na fronteira do Afeganistão com o Paquistão.

O presidente ainda afirmou que vai pedir ao Ministério da Justiça um estudo aprofundado sobre a propagação destas ideias dentro do sistema carcerário. "Não podemos aceitar que nossas prisões virem um terreno de doutrinamento em ideologias de ódio e terrorismo". Apesar do tom severo, Sarkozy fez questão de frisar que seus "compatriotas muçulmanos nada têm a ver com as motivações malucas de um terrorista".

O candidato do Partido Socialista às eleições presidenciais deste ano, François Hollande também se manifestou, comemorando o fim da angústia insuportával por que passaram os franceses nas últimas trinta e duas horas. De seu QG de campanha em Paris, Hollande exprimiu sua solidariedade às vítimas e suas famílias, exaltou o trabalho dos policiais do Raid, a tropa de elite francesa, e disse que a luta contra o terrorismo é um "combate de todos os dias", que não pode sofrer nenhum relaxamento.