Diplomacia internacional aumenta pressão sobre Bashar Al-Assad

Altos funcionários da diplomacia e 85 ministros compareceram nesta segunda-feira em Genebra, na Suíça, à reunião anual do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). As discussões giraram em torno da urgência de uma tomada de posição do ditador sírio Bashar Al-Assad sobre seu regime e a violência desenfreada em seu país.

Frame de vídeo divulgado na quinta-feira passada mostra a jornalista francesa Edith Bouvier ferida após bombardeio ao centro de imprensa em Homs. Reprodução / TV

A presidente do Conselho dos Direitos Humanos, Laura Dupuy Lasserre, declarou esperar uma resposta positiva de Damas “para que a comunidade internacional possa ajudar as pessoas afetadas pela violência na Síria”. A diplomata considera que a situação humanitária no país é crítica.

Lasserre anunciou uma demanda oficial para a realização de um debate urgente sobre o agravamento da situação na Síria, onde lembrou que, apesar da insistente pressão internacional, mais de sete mil e seiscentas pessoas foram mortas desde março de 2011.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também anunciou que espera poder entrar hoje na cidade de Homs, embora nada esteja decidido ainda e "a situação piore de hora em hora", segundo um porta-voz da organização. Ele afirmou que a organização está em negociação com autoridades e rebeldes sírios.

Retirada dos jornalistas estrangeiros

As negociações para a tentativa de retirada dos quatro jornalistas estrangeiros de Homs, que aconteceram durante todo o último final de semana, continuam na manhã desta segunda-feira. A francesa Edith Bouvier e o fotógrafo britânico Paul Conroy, feridos na quarta-feira, dia 22 de fevereiro em um bombardeio em Homs, seguem bloqueados no bairro rebelde de Baba Amr, cercado pelas forças sírias.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou na manhã de hoje, em entrevista à rádio francesa RTL, que uma provável evacuação estava em processo de definição. “Durante este final de semana, não tínhamos nenhuma solução porque a situação em Homs é extremamente complexa. Esperamos estar próximos de um desfecho; parece-me que as coisas estão perto de se desbloquear”, afirmou. No entanto, Sarkozy advertiu que não poderia dar mais detalhes já que ele não deposita uma “grande confiança no regime sírio”.

O presidente francês também relembrou que o bombardeio que feriu Bouvier e Conroy matou outros dois jornalistas estrangeiros. Para ele, a morte da americana Marie Colvin, repórter do Sunday Times, e do francês Rémi Ochlik, fotógrafo da agência IP3 Press, “foi um assassinato”. “Quando o exército sírio ataca repetidamente um prédio que eles sabem que é um centro de imprensa, não é um incidente de guerra, é um assassinato, e os que assassinam devem ser responsabilizados”, sublinhou.