Brasil e França discutem sobre próteses mamárias defeituosas
Nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde (AFSSAPS) realizam uma audioconferência para discutir o andamento do caso das próteses de silicone defeituosas da marca francesa PIP.
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O objetivo da Anvisa é o de conhecer os detalhes das investigações realizadas pela agência francesa e obter os resultados dos testes de laboratório realizados com os lotes enviados para o Brasil. Outra preocupação do Brasil, que era um dos grandes clientes da empresa francesa, é entender a relação existente entre a prótese PIP e a possibilidade de aumento de risco de casos de câncer. No Brasil, as próteses tiveram o registro cancelado. Em todo o país, cerca de 25 mil mulheres usaram o implante da PIP.
Na França, o governo anunciou nesta quinta-feira que pretende lançar uma proposta para reforçar a regulamentação de materiais médicos em nível europeu. Hoje a imprensa francesa revelou que a empresa PIP, além das próteses de silicone para seios feitas com produtos não adequados para uso médico, também produziu próteses para homens, como implantes para glúteos, peitoral e testículos. A produção foi exportada, principalmente, para a América do Sul.
O jornal Figaro também trouxe a revelação que a PIP era a fornecedora oficial de próteses para a reconstrução mamária dos mais renomados institutos de combate ao câncer na França. Até o momento, na França, foram detectados 20 casos de câncer em usuárias das próteses de silicone com defeito. As autoriaddes, porém, dizem que ainda é cedo para associar a doença ao implante. Ao todo, 30 mil mulheres na França usam o produto.
Rugas
Após o escândalo das próteses mamárias, as autoridades europeias também estão preocupadas com os produtos para preenchimento de rugas. Para a França, o controle do uso de gels de combate ao envelhecimento da pele é muito frágil. Segundo o jornal birtânico The Times, 160 produtos para o preenchimento de rugas são autorizados no Reino Unido contra apenas 6 nos Estados Unidos.
Na França, a agência francesa autoriza o uso e comercialização de 110 produtos injetáveis, como o ácido hialurônico, para atenuar os sinais de envelhecimento. Esse tipo de gel não é considerado como um medicamento, o que faz com que as normas para a venda sejam mais flexíveis.
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