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Imprensa

Jornais franceses homenageiam Vaclav Havel

Os jornais franceses desta segunda-feira dão destaque à morte do dramaturgo e ex-presidente tcheco Vaclav Havel neste domingo, aos 75 anos. Opositor do comunismo e artífice da chamada "Revolução de Veludo", ele foi o primeiro presidente eleito democraticamente após a queda da cortina de ferro. A imprensa ressalta que líderes de toda a Europa foram unânimes ao homenagear Havel.

Dernier hommage en l'honneur de l'ancien président tchèque Vaclav Havel, au Château de Prague, le 18 décembre 2011.
Dernier hommage en l'honneur de l'ancien président tchèque Vaclav Havel, au Château de Prague, le 18 décembre 2011. REUTERS/David W Cerny
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O progressista Libération, que dedica sua capa inteira e cinco páginas de reportagens e análises à vida e ao legado de Havel, afirma que o "presidente-filósofo" deixou um exemplo importante para esta época "de revouções e de transições febris" ao evitar a tentação de se vingar daqueles que o perseguiram durante o período comunista na Tchecoslováquia.

La Croix afirma que Vaclav Havel encarnava uma Europa que acredita em seus valores de humanismo e liberdade. "Diante do poder arbitrário, ele havia desenvolvido uma estratégia de dissidência baseada em princípios humanistas e não violentos", diz o jornal católico.

"Foi o anticonformismo que ele demonstrou durante os anos de chumbo do regime supostamente comunista instalado em Praga e até a queda da cortina de ferro que fez do dramaturgo tcheco essa figura moral incontestável de dimensão tanto nacional quanto internacional", escreve L'Humanité. O diário comunista não deixa no entanto de criticar o posicionamento pró-americano de Vaclav Havel como presidente, que o fez defender a invasão do Iraque, e sua adesão às políticas "neoliberais" da Europa.

Para Le Figaro, Vaclav Havel era "a consciência moral da Europa pós-comunista". Usando uma frase do dramaturgo americano Arthur Miller, o jornal conservador lembra que o "primeiro presidente surrealista do mundo" contribuiu para garantir o sucesso da transição entre o regime comunista e a democracia. "Marcada por um humor muitas vezes desesperado, toda a obra de Havel é impregnada pela obsessão de 'dizer a verdade' e lutar para manter a identidade do homem, negada pelo regime comunista".

O diário econômico Les Echos ressalta que Vaclav Havel, o "combatente da liberdade", simbolizava o "casamento possível de um intelectual com a política".

Os jornais franceses também trazem hoje em suas páginas de cultura homenagens à cantora cabo-verdiana Cesária Évora, que morreu no último sábado.

 

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