Popularidade de Sarkozy no fundo do poço, afirma jornal francês

Uma pesquisa exclusiva publicada nesta segunda-feira pelo Libération revela que a popularidade do presidente francês Nicolas Sarkozy se encontra no fundo do poço, segundo expressão usada pelo jornal. Dois terços dos franceses não confiam mais em Sarkozy para tirar a França do marasmo econômico e resolver os problemas financeiros do país, de acordo com o resultado da sondagem realizada pelo instituto Viavoice.

A queda da popularidade do presidente francês é o destaque desta segunda-feira. Reuters

Os entrevistados da pesquisa preferem o candidato socialista François Hollande para enfrentar a situação econômica do país. Ele conta com a confiança de 48% da população, revela a pesquisa. Diante da perspectiva de uma degradação da nota da França por uma agência de classificação de riscos, é a nota do presidente Sarkozy que cai diante da opinião pública francesa, observa o jornal. Sarkozy perde seu crédito, foi a manchete escolhida pelo Libération para resumir a atual situação do presidente da França.

As difíceis negociações dos europeus para resolver o impasse da crise da zona do euro são destaque nos outros jornais franceses. O conservador Le Figaro afirma em sua manchete principal que Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel fizeram progressos importantes na reunião de domingo à noite em Bruxelas, especialmente sobre o tema da recapitalização dos bancos e do reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Os dois líderes prometem uma resposta definitiva e global na Cúpula da próxima quarta-feira para tirar a zona do euro da crise, afirma o Le Figaro.

O econômico Les Echos concluiu que o final de semana de negociações em Bruxelas terminou apenas com um acordo parcial sobre a solução para a dívida grega, citando que 50% dos créditos da Grécia serão assumidos pelo sistema financeiro. Para isso, os bancos deverão reforçar seus fundos próprios em mais de 100 bilhões de euros, lembra o jornal. O jornal comunista L'Humanité afirma que a decisão de anular metade da dívida grega nas mãos dos investidores fez cair um tabu e que agora os dirigentes europeus querem impor uma disciplina orçamentária para o bloco.

O Aujourd'hui en France diz que o governo francês está sendo obrigado a apertar mais o orçamento de 2012 diante de um conjunto de problemas que vai desde o plano de salvamento da Grécia, passando pela previsão de crescimento de apenas 1% e a ameaça da degradação da nota da França pela agência de classificação de riscos Moody's.