França retira primeiro corpo preso à fuselagem do AF 447
Após uma tentativa fracassada, o corpo de uma das vítimas do voo 447 da Air France foi resgatado com sucesso pela equipe que se encontra a bordo do navio Île de Sein, informou nesta quinta-feira o Ministério francês do Interior. Segundo um comunicado, o corpo, em estado de decomposição, estava preso a um dos assentos do avião.
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“Submersos durante dois anos aproximadamente em uma profundidade de 3.900 metros, o corpo, ainda preso no assento da aeronave, aparece em estado de decomposição”, afirma o comunicado.
Peritos da polícia e da justiça francesa a bordo do navio retiraram amostras do cadáver, que serão enviadas na semana que vem, junto com os gravadores de vôo, a um laboratório na França para verificar a possibilidade de identificar a vítima por teste de DNA.
De acordo com o comunicado, as operações foram feitas em condições particularmente complexas e até então inéditas. “Há muitas dúvidas ainda sobre a viabilidade técnica de içamento dos corpos”, diz o comunicado.
O voo AF 447 da Air France caiu no Oceano Atlântico em 2009 matando as 228 pessoas a bordo.
Famílias
Em outro comunicado enviado aos parentes e amigos das vítimas, o Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Francesa informa que apesar de todas as precauções para respeitar a dignidade das vítimas, o longo transporte para a superfície não permitiu resguardar a integridade do corpo.
Esta nota afirma que outras tentativas serão feitas nos próximos dias e caso sejam bem sucedidas a equipe de peritos será reforçada.
Em entrevista à Rádio França Internacional, Pérola Milman, uma brasileira residente em Paris que perdeu o marido na tragédia, disse que as famílias têm sentimentos contraditórios em relação a essa operação.
“Tenho conversado com vários familiares e cada um tem uma opinião e sentimentos diferentes. A maioria queria que fossem encontradas as caixas pretas, mas não os corpos porque é uma situação inesperada, achar os corpos depois de tanto tempo, apesar de ter sido sempre uma possibilidade”, afirma.
“ Outros queriam que só fossem encontradas as caixas pretas e outros que não queriam que nada fosse encontrado, como eu”, disse.
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