Manifestações para derrubar rei se intensificam no Barein

A força das manifestações populares para pedir a queda do governo no Barein está se intensificando. O pequeno país do Golfo Pérsico é governado por uma monarquia sunita, mas a maioria da população é xiita.

População, de maioria xiita, pede que o rei sunita deixe o poder. REUTERS/Caren Firouz

Os manifestantes acampados há uma semana no centro de Manama, a capital do Barein, organizaram uma marcha de três quilômetros em direção à praça Pérola para pedir mais uma vez a queda do regime sunita que dirige o país há mais de 200 anos. O protesto contou com o apoio dos partidos de oposição Wefaak e Waad e também de mulheres. Na faixa de abertura do cortejo foram estampados os rostos dos sete xiitas mortos nos últimos dias por disparos do Exército. Para os xiitas, eles se tornaram "mártires" do movimento de protesto contra o rei Hamad Ben Isa Al Jalifa. A polícia se manteve à distância. Apenas um helicóptero sobrevoou a passeata.

Os manifestantes, que querem a queda do monarca sunita e reivindicam a instauração de uma verdadeira democracia constitucional no país, aguardam com impaciência o retorno ao país do líder xiita Hassan Mouchaimaa, do movimento de oposição Hak, exilado em Londres. O oposicionista xiita quer saber até que ponto o rei está aberto ao diálogo com a oposição. Nessa segunda-feira, o monarca determinou a libertação dos prisioneiros xiitas e o adiamento de processos judiciais em curso contra presos políticos.

Apesar de as revoltas nos países árabes inspirarem um temor de radicalização islâmica no Oriente Médio e no norte da África, a maior parte dos governos no mundo vê com esperança essa busca pela democracia.