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Arte/Denúncia

Descobertas 271 obras inéditas de Picasso

Família de Pablo Picasso faz denúncia à polícia contra o eletricista do pintor, que tinha em sua posse centenas de quadros, desenhos e cadernos do espanhol. O ex-funcionário, que foi colocado em prisão provisória, garante que as obras foram um presente.

Auto-retrato de Pablo Picasso (obra produzida por volta de 1916).
Auto-retrato de Pablo Picasso (obra produzida por volta de 1916). Succession Picasso 2007
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Pelo menos 271 obras inéditas de Pablo Picasso foram descobertas nas mãos do antigo eletricista do pintor espanhol, o que levou a família do artista a denunciar o ex-funcionário à polícia. A coleção data do começo do século 20, momento mais intenso da carreira do pintor, que morreu em 1973. A revelação do caso foi feita pelo jornal francês Libération desta segunda-feira.

Entre as obras, com valor estimado em 60 milhões de euros (cerca de 140 milhões de reais), destacam-se nove colagens cubistas, uma aquarela do período azul, guaches, litografias e retratos de sua primeira esposa, Olga.

A história começou no dia 14 de janeiro deste ano, quando o filho e administrador da herança do artista, Claude Picasso, recebeu uma carta do antigo eletricista da família Pierre Le Genn, hoje com 71 anos. Neste primeiro contato, o aposentado anunciou que possuía as 271 peças e solicitava os certificados de autenticidade das obras. Para comprovar a existência do material, Le Genn enviou à Claude 26 fotografias.

Depois de várias conversas, o filho de Picasso pediu para ver as obras e o eletricista aceitou mostrá-las durante um encontro que aconteceu em setembro.

Filho de Picasso não acredita na versão do eletricista de seu pai

Os herdeiros não gostaram de saber que as obras estavam nas mãos de terceiros e, no dia 23 de setembro, fizeram uma denúncia à polícia. As obras foram apreendidas no dia 5 de outubro pelo serviço de luta contra o tráfico de bens culturais (OCBC) na residência de Le Genn, no sul da França.

O aposentado foi preso provisoriamente, segundo o jornal. Ele se defende dizendo que não roubou as obras e que elas foram um presente do artista e da esposa de Picasso no período em que trabalhou para eles, entre 1970 e 1973, ano da morte do pintor. Le Genn foi o responsável pela instalação de sistemas de alarme em várias residências do artista.

Contactado pelo Libération em Nova York, Claude Picasso afirmou que não acredita que o pai tenha presenteado alguém que não é da família com uma quantidade tão grande de obras.

"É algo nunca visto, não tem pé nem cabeça. Era uma parte de sua vida. Não convém que este patrimônio termine disperso", disse o filho do artista, acrescentando que cabe agora à Justiça esclarecer o assunto.

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