Os jornais franceses dão destaque à reforma das pensões. O jornal popular ‘Le Parisien’ tem como título: “Reforma das pensões, à prova do fogo”. O Movimento social que paralisa o país nesta quinta-feira marca o início de um braço de ferro entre o Executivo e os sindicatos sobre um assunto sensível.
O jornal questiona-se sobre o facto da greve se poder vir a prolongar. A resposta é ‘provavelmente’, sobretudo no que diz respeito aos transportes públicos uma vez que os diferentes sindicatos apelaram a uma greve que pode ser reconduzida no final de cada dia. Desde 1995 que a França não vivia uma mobilização como a desta quinta-feira. Em Paris onze linhas de metro foram encerradas. O diário lembra ainda que o facto dos funcionários dos transportes públicos terem já recebido o 13° mês pode fazer durar o movimento social.
“A greve a tempo inteiro”, é a primeira página do diário de esquerda ‘Libération’. Este dia de acção será o primeiro contra a reforma do sistema das pensões. Este que poderá ser ‘apenas’ o primeiro acto de uma mobilização e que se pode prolongar, obrigando o Governo a negociar.
O diário admite ainda que nesta fase os sindicatos estão a atacar, enquanto o Executivo está na expectativa. O Governo mostra-se firme nas suas decisões, mas já está a preparar-se para fazer algumas concessões.
Neste dia de greve o ‘Libération’ dá algumas pistas aos utentes e fala em transportes alternativos como a partilha de carros, táxis, bicicletas, patins ou ainda a marcha.
“Pensões: A prova de força” titula esta quinta-feira o jornal conservador ‘Le Figaro’.
Para o diário francês, estão previstos 300 mil manifestantes em todo o país. Para evitar um cenário caótico, o executivo reforçou o dispositivo policial em Paris, mas também nas outras regiões francesas.
A greve a fazer igualmente a capa do vespertino ‘Le Monde’.
“Como o executivo vai abordar o conflito”, pergunta o diário. O ‘Le Monde’ escreve que a opinião pública está dividida. Os Franceses apoiam a greve mas também estão a favor da reforma das pensões.
Além disso o Governo tenta, através dos diferentes Ministérios, apaziguar a situação e entrar pela via do diálogo para conter este movimento social.
O comunista ‘L’Humanité’ titula: “Reformas: Uma mobilização de interesse geral”.
O diário lembra que estas manifestações e greves servem para denunciar os perigos do projecto governamental. Segundo o jornal mais de 250 manifestações estavam previstas para esta quinta-feira. ‘L’Humanité’ também dá a palavra a onze militantes que dão alternativas às reformas propostas pelo Governo.
Philippe Martinez, Secretário-Geral do Sindicato CGT, dá como possível solução de financiamento o facto de deixar de exonerar as empresas de certas cotizações sociais. O sindicalista admitiu também que seria interessante permitir aos reformados com cerca de 55 anos de continuar a trabalhar, seria bom para o emprego e para certos reformados que recebem pensões demasiadas pequenas.
“A reforma perpétua” escreve em letras garrafais o católico 'La Croix'.
Para o jornal o sistema das pensões já foi reformado várias vezes nos últimos 30 anos. Reformas que deixaram sequelas.
Para o editorialista Guillaume Goubert, a reforma é necessária. Desde a tentativa fracassada de Alain Juppé, em 1995, que a reforma do sistema de pensões assombra os franceses.
Segundo o editorialista, já houve ao longo dos últimos anos algumas reformas, mas o certo é que o financiamento deste sistema não pode ficar assim e terá de haver uma verdadeira reforma, no entanto o clima social não permite este novo desafio, reconhece o editorialista.
Guillaume Goubert termina o seu editorial afirmando que esta greve pode abrir espaço no futuro a um diálogo que leve a verdadeiras mudanças.
Por fim no jornal desportivo ‘L’Equipe’, o destaque vai para o biatlo francês com o título: “Felicidade total”, em referência ao triunfo dos Franceses. Martin Fourcade venceu a prova dos 20 quilómetros individuais na Suécia, mas no total, os quatro primeiros lugares eram ocupados por Franceses: atrás de Martin Fourcade, havia Simon Desthieux, Quentin Fillon Maillet, e Emilien Jacquelin.
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