França: Morreu Jacques Chirac
Jacques Chirac, antigo presidente francês, morreu aos 86 anos de idade. Uma informação confirmada pelos familiares à agência noticiosa AFP. O seu genro Frédéric Salat-Baroux afirma que o seu sogro partiu "serenamente".
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O antigo chefe de Estado francês tinha 86 anos e já tinha sido hospitalizado várias vezes desde a sua saída do Eliseu em 2007.
O anúncio da morte foi feito pela família junto da agência de notícias France Presse.
Jacque Chirac já havia sofrido um acidente vascular cerebral em 2005 e em 2015 foi hospitalizado várias vezes.
O ano que foi, de resto, doloroso para o ex-chefe de Estado com a morte da sua filha Laurence em Abril (de 2015). Situação que contribuiu de sobremaneira para a degradação do estado de saúde do político.
A última aparição de Jacques Chirac numa cerimónia oficial remonta a 21 de Novembro de 2014.
Altura em que apareceu já fragilizado apoiado no ombro de um dos seus guarda-costas.
A 20 de Junho de 2016 faltou à inauguração da exposição que lhe foi consagrada no museu Quai Branly, onde o ex-presidente François Hollande lhe prestou uma sentida homenagem.
Jacques Chirac venceu as presidenciais em França duas vezes, em 1995 e em 2002, este último depois de um duelo inédito com Jean Marie Le Pen.
Defensor acérrimo do “não” à guerra dos Estados Unidos no Iraque em 2003, Jacques Chirac viu igualmente o seu percurso ficar marcado por problemas com a justiça.
Foi o primeiro ex-chefe de Estado francês a receber uma sentença judicial, no final de 2011, pela criação de empregos fictícios como presidente da Câmara de Paris. Chirac não chegou a comparecer em tribunal, justificando a ausência com uma doença neurológica degenerativa.
Em 1995, pela primeira vez em França, Chirac assumiu a cumplicidade do país na deportação de judeus para os campos nazis aquando das comemorações da rusga do Velódromo parisiense.
Um excerto que relembramos aqui.
Jacques Chirac sobre cumplicidade francesa na deportação dos judeus
"Estes momentos sombrios mancham para sempre a nossa História e são uma injúria ao nosso passado e às nossas tradições.
Sim, a loucura criminosa do ocupante foi, cada um de nós o sabe, auxiliada por franceses, auxiliada pelo Estado francês."
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