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FRANÇA

França: Padre degolado, um fiel ferido em ataque a igreja

O Padre Jacques Hamel de 84 anos foi degolado logo após ter celebrado a missa na sua paróquia de Saint Etienne du Rourvay no norte da França por dois agressores num acto reivindicado pelo Estado Islâmico. Um fiel ficou ferido no sequestro.

O Padre Jacques Hamel, padre auxiliar da paróquia de Saint Etienne du Rouvray tinha 84 anos.
O Padre Jacques Hamel, padre auxiliar da paróquia de Saint Etienne du Rouvray tinha 84 anos.
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Esta manhã a localidade de Saint Etienne du Rouvray, na Normandia, norte da França foi palco de um sequestro na igreja local.

Um grupo de cinco pessoas no interior do templo foi sequestrado por dois agressores armados nomeadamente de navalhas logo após a missa, por volta das 9 e meia locais, 7h30 TMG.

Estes obrigaram, segundo uma freira, a ajoelhar-se e teriam gritado em árabe que os "cristãos os estariam a suprimir".

Este, apesar de ser idoso, teria tentado reagir antes do desfecho fatal.

Ao abandonarem a igreja os agressores teriam gritado "Deus é grande" em árabe e foram abatidos pela polícia. As forças da ordem que tinham entretanto sido alertadas por um automobilista a pedido de uma freira que conseguira fugir de dentro do templo.

Francisco Barros, imigrante português, vive perto da igreja em causa e assistiu ao enorme aparato hoje em torno do edifício.

Ele descreveu um "senhor idoso, muito simpático". Na localidade residem "muitos portugueses e também muitos muçulmanos", junto a uma capela local tinha sido também edificada uma mesquita.

Franciso Barros dizia até ao momento não ter sentido medo e alegava não entender tal acto.

Conhecendo bem pessoalmente o padre assassinado ele testemunhou à RFI o ambiente que se vive naquela localidade onde ele reside há largas décadas.

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Francisco Barros, residente em Saint Etienne du Rouvray

Não é o primeiro ataque contra uma igreja católica em França: em Abril de 2015 um estudante argelino de 24 anos, Sid Ahmed Ghlam, projectara um atentado contra um templo em Villejuif, perto de Paris, um ataque evitado pelas autoridades que detiveram o homem.

O presidente da Conferência dos bispos Monsenhor Georges Pontier convidou todos os católicos de França a cumprir um "dia de jejum e de oração" pelo país e pela paz no mundo.

O presidente François Hollande telefonou ao Papa Francisco para lhe exprimir o desgosto dos franceses perante o ocorrido e cancelou a sua visita prevista para quarta-feira à República checa.

O acto foi condenado também pelas organizações muçulmanas e judaicas de França e desde logo reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Vários jihadistas são originários da Normandia, norte da França.

Um dos dois agressores teria tentado ir para a Síria, ao ser repatriado da Turquia esteve preso antes de ficar sob o regime de pulseira electrónica.

Este atentado tem levado a críticas da oposição sobre a responsabilidade do governo e a sua alegada inoperância contra o terrorismo.

O ataque ocorreu apenas 12 dias após o de um camião que atropelou mortalmente 84 pessoas em Nice, sul do país, à margem dos festejos do dia nacional francês, num acto também reivindicado pelo Estado Islâmico.

 

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