Ministra francesa da Justiça demite-se
A ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira, apresentou o pedido de demissão ao Presidente François Hollande, anunciou o Palácio do Eliseu nesta Quarta-feira. A Ministra encontrava-se em divergência com o Governo sobre um projeto de destituição da nacionalidade francesa aos autores de actos terroristas.
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O anúncio foi feito esta manhã, em comunicado da Presidência francesa. O Presidente François Hollande, e a sua Ministra da Justiça, Christiane Taubira, "concordaram na necessidade de pôr um fim às funções (da Ministra) no momento em que o debate sobre a revisão constitucional se inicia na Assembleia Nacional, hoje, em sede de comissão parlamentar", segundo explicou o Eliseu.
Há várias semanas que os rumores da partida da Ministra da Justiça se multiplicavam, mas tudo leva a crêr que a sua demissão terá sido decidida no passado Sábado, antes de uma visita oficial de François Hollande à Índia.
Ainda segundo o comunicado do Eliseu, "o Presidente da República exprimiu a Christiane Taubira o agradecimento pelo seu desempenho. Ela liderou com convicção, determinação e talento a reforma da Justiça e desempenhou um papel crucial na adopção do casamento para todos".
"Às vezes resistir é ficar, às vezes resistir é sair", escreveu Christiane Taubira, numa mensagem no Twitter.
O que é certo é que esta demissão não passou despercebida, as reacções não se tendo feito esperar. Para os seus mais ferozes adversários na extrema-direita da Frente Nacional, a demissão de Taubira "é um alívio para França", no campo dos Republicanos de Nicolas Sarkozy, "esta demissão deve ser uma ocasião para mudar radicalmente de política".
Do lado do Partido Socialista, foi enaltecido ao longo do dia o percurso da doravante ex-ministra da justiça que passou desde esta tarde a ser substituída no cargo por um próximo de Manuel Valls, o jurista especialista das questões de segurança e de inteligência, Jean-Jacques Urvoas.
Na óptica do politógo de origem angolana radicado aqui em França Felício Manu, a demissão de Christiane Taubira não foi uma surpresa.
Politólogo Felício Manu entrevistado por Liliana Henriques
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