Governo francês tenta acalmar agricultores

O executivo francês anunciou esta quarta-feira um plano de urgência para os criadores de gado cuja contestação tem abalado a França ao longo desta semana mas perante a insatisfação do sector, o presidente François Hollande teve de se implicar directamente no dossier.

Bloqueio da auto-estrada A1 pelos criadores de gado esta quarta-feira 22 de julho entre Lille e Paris REUTERS/Pascal Rossignol

O presidente gaulês veio esta quinta-feira pressionar os distribuidores, os matadouros e os transformadores no sentido de aumentarem os preços. François Hollande exortou-os a fazerem um "esforço indíspensável" quanto aos preços da carne e do leite, que estão a níveis baixos colocando em causa a existência de muitas empresas de agro-pecuária.

É que o movimento de protesto dos criadores de gado continua, se bem que com menor intensidade, com o bloqueio de auto-estradas e outras acções de protesto. O dispositivo de apoio de 600 milhões de euros, mas que pode ir até 1,1 mil milhões de euros, anunciado esta quarta-feira pelo governo de Manuel Valls, não parece ter satisfeito os criadores de gado que protestam contra os preços parcos que lhes são pagos pelo seu trabalho.

O governo pretendia com o seu plano de apoio de urgência obter a aumento dos preços e aligeirar o fardo da dívida contraída pelos criadores em situação financeira debilitada. A nível da dívida, o Estado facilitará, juntamente com a banca, a reestruturação das dívidas de médio e longo-prazo.

Representados pela Federação Nacional de Sindicatos de Explorações Agrícolas (FNSEA), os criadores de gado reiteram que pretendem garantias mais fortes e que a mobilização continuará durante dois ou três dias.

Isto apesar do plano apontar na "boa direcção" e de não pretenderem "incomodar os concidadãos" que, tradicionalmente em França, partem para férias este fim-de-semana.