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França/eleições

Segundo turno das eleições municipais francesas confirmam avanço da extrema-direita

O segundo turno das eleições municipais na França foi marcado pelo avanço da extrema-direita e registrou uma abstenção histórica de aproximadamente 38,5%. A votação terminou às 20h e a taxa de participação chegou a 61,5%, segundo dados provisórios do instituto francês de pesquisas Ifop-SAS e CSA. Em Paris, a candidata socialista Anne Hidalgo se tornou a primeira prefeita mulher da capital francesa.

Marine Le Pen, presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional
Marine Le Pen, presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional REUTERS/Charles Platiau
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Segundo estimativas, o partido de oposição, UMP, teria eleito mais de 4.320 prefeitos. Já o Partido Socialista, do presidente François Hollande, ganhou em 2.898 prefeituras. O pleito foi caracterizado pelo avanço da direita e da extrema-direta, representada pela FN (Frente Nacional), que venceu em pelo menos em 14 cidades de mais de 9 mil habitantes, segundo o Minitério do Interior. Entre elas, Béziers, Cogolin, Villers-Cotterêts, Le Luc, Fréjus, Beaucaire, Hayange e Hénin-Beaumont.

Segundo Marine Le Pen, presidente do partido, este foi o melhor resultado da história da FN, que também elegeu mais de 1200 conselheiros municipais. "Isso faz do partido oficialmente a terceira força política  no país", declarou, lembrando o bipartidarismo marcante da política francesa.

O partido conservador UMP, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, também reinvidicou uma "grande vitória" nas municipais deste domingo. A estimativa é que a direita tenha obtido, no total,  49% dos votos, a esquerda 42% e a extrema-direita 9%.

"É o resultado de um lento mais eficaz enraizamento do partido Frente Nacional em munícipios do sul e municípios que eram comunistas antigamente. O segundo turno repete o primeiro turno. O que demonstrou também que a Frente Nacional é um partido cada vez mais poderoso e que tem o apoio de uma parte cada vez maior da população", disse Stéphane Monclaire, analista político e professor da Sorbonne.

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Stéphane Monclaire, analista político e professor da Sorbonne

Como esperado, a insatisfação da população com o governo socialista teve reflexo nas urnas, mas o partido do presidente François Holllande venceu na capital. Em Paris, onde a taxa de participação é estimada em 58,41%, a candidata Anne Hildalgo foi eleita com cerca de 54,5% dos votos, de acordo uma pesquisa do Instituto francês Ifop, deixando para trás a rival do UMP, de direita, Nathalie Kociusko Morizet.

Hidalgo será a primeira mulher prefeita de Paris. O PS também manteve a controle de cidades importantes, como Estraburgo, por exemplo, mas perdeu em Toulouse e Marselha, com a vitória do candidato do UMP, Jean-Claude Gaudin. Em Pau, o candidato moderado, François Bayrou, venceu com mais de 60% dos votos.

Derrota da esquerda deve promover mudanças no governo

Estas são as primeiras eleições em âmbito nacional desde que o presidente francês assumiu o governo em maio de 2012. Os resultados do primeiro e segundo turno reforçam a hipótese de um possível remanejamento ministerial, que pode ser anunciado já nesta segunda-feira. O ministro do Interior Manuel Valls e o chanceler Laurent Fabius são os dois nomes mais cotados para assumir o cargo de primeiro-ministro.

O atual premiê Jean Marc Ayrault lembrou que as derrotas nas municipais mostrava que era preciso prestar atenção na "mensagem enviada" pelos franceses. Para a ex-candidata à presidência Segolène Royal, trata-se de um "punição severa" para a esquerda. Já o representante da Frente de Esquerda, Jean Luc Melenchon, considera que "a política de HOllande produziu um desastre."

 

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