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França/Acidente de trem

Seis é o número "definitivo" de vítimas de descarrilamento

O trem que descarrilou na tarde desta sexta-feira em Bretingy-sur-Orge foi revirado no sábado e não se confirmou a suspeita de que pudesse haver outras vítimas sob os vagões. Portanto, o acidente matou seis pessoas. "Este é o número definitivo", confirmou o prefeito de Essonne, Michel Fuzeau. "Neste momento, não há mais do que 16 pessoas hospitalizadas", afirmou, assegurando que a situação dos mais gravemente feridos é estável.

Homem observa liga de metal que pode ter causado descarrilamento
Homem observa liga de metal que pode ter causado descarrilamento DR
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Ao que tudo indica, o acidente foi causado pelo descolamento de uma liga metálica, que unia dois trilhos. Isso relançou o debate sobre as condições das linhas férreas na França que, nas palavras do próprio ministro dos Transportes, Fréderic Cuvillier, estão em "grave estado de degradação". De acordo com um estudo realizado pela Escola Politécnica de Lausanne, em 2005, 60% das linhas de trem francesas não deveriam ser utilizadas.

O problema é que por mais que se invista, é quase impossível suprir a demanda. Por exemplo, a concessionária RFF fez um plano de investimento de 13 bilhões de euros entre 2008 e 2015 em manutenção e modernização das redes. Esses 2 bilhões por ano permitem renovar mil quilômetros de linha por ano. Só que a rede tem mais de 30 mil.

É uma política que desacelera o envelhecimento das linhas, mas não resolve o problema, apontou no fim de 2012 a Politécnica de Lausanne. No entanto, tanto o poder público quanto os grupos que administram os trens franceses descartam uma relação direta entre falhas de segurança e o fato de as linhas estarem obsoletas. Velhas infra-estruturas exigem dispositivos suplementares de segurança que, de acordo com eles, são cumpridos.

A discussão que acaba ganhando espaço é sobre a estratégia do Eliseu de direcionar a maior parte dos recursos à substituição dos velhos trens pelos velozes TGVs. É a chamada política do "Tudo TGV". Há grupos que defendem prioridade à manutenção sobre a renovação, mas o próprio Sindicato dos trabalhadores setor garante que isso implica alguns atrasos e lotações, mas não tem consequências para a segurança dos trens. O sindicato usa o baixo número de acidentes para justificar o argumento.

A França é o terceiro colocado no ranking europeu de segurança ferroviária. Nos últimos 10 anos, o número de acidentes graves sobre os trilhos caiu 40% e de mortes, 30%, aponta a RFF. Independentemente de qual seja o resultado da investigação, o governo continuará a priorizar a modernização.

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