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França/Terrorismo

Grupo ligado à Al Qaeda reivindica os crimes do atirador de Toulouse

Um grupo ligado à Al Qaeda do Magreb Islâmico (Aqmi) reivindicou em um comunicado os crimes cometidos por Mohamed Merah, morto na ofensiva desta quinta-feira, em Toulouse. O grupo “Jund al-Khilafah” (Soldados do Califa) alertou a França sobre a sua política “hostil” em relação aos muçulmanos. O grupo é conhecido por ter reivindicado ataques no Afeganistão e no Cazaquistão.

Frame de vídeo divulgado pela televisão francesa que mostra suposta imagem não-datada de Mohamed Merah, o assassino de Toulouse.
Frame de vídeo divulgado pela televisão francesa que mostra suposta imagem não-datada de Mohamed Merah, o assassino de Toulouse. REUTERS/France 2 Television/Handout
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No comunicado publicado no site Shamekh, que normalmente divulga comunicados da rede terrorista Al-Qaeda, o grupo chama o atirador de Toulouse como “Youssef, o francês” e o considera como um “dos cavaleiros do Islã”.

No contato que manteve com os policiais durante o cerco a seu apartamento, Mohamed não expressou nenhum arrependimento pelos ataques e “lamentou não ter cometido mais crimes”.

O jovem Mohamed Merah foi morto com um tiro na cabeça quando tentava fugir pela janela do apartamento durante a ofensiva da polícia francesa. A informação é do procurador François Molins, responsável pelas investigações dos ataques contra os militares e a escola judaica , em Toulouse e Montauban, que deixaram 7 mortos.

O procurador também esclareceu que o objetivo da operação era capturar Mohamed com vida, mas os policiais foram orientados a agir em legítima defesa. “Foi justamente por ter tentado tudo que a operação durou tanto tempo", justificou o procurador, acrescentando que a ação representou um risco para o Raid (unidade de elite da polícia) que terminou com 5 policiais feridos.

No primeiro pronunciamento após o final da operação policial em Toulouse, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que a República tem que ser "implacável" e anunciou uma série de medidas para punir legalmente quem acessar sites ou viajar para regiões a fim de seguir doutrinas de extremistas. O presidente vai pedir um estudo aprofundado para investigar a propagação de ideias extremistas nas prisões francesas.

Investigação

A mãe de Mohamed, o irmão dele e a companheira continuam detidos. As investigações devem esclarecer se Mohamed agiu sozinho ou teve a cumplicidade de integrantes de grupos radicais. Além disso, os franceses querem saber se houve mesmo falhas dos serviços secretos franceses que monitoravam há vários anos Mohamed Merah após suas viagens ao Afeganistão, mas não identificaram indícios de que ele preparava um ataque. Ele tinha várias passagens por diversos delitos.

Em 2009, um psicólogo investigou o perfil de Mohamed a pedido de um tribunal de justiça. Em entrevista à Radio Europe 1, Alain Perin disse ter alertado as autoridades para os riscos que o jovem representava e sugeriu uma vigilância reforçada sobre Mohamed, autor dos crimes que, segundo suas próprias palavras, deixaram "a França de joelhos".

 

 

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