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escândalo/ Silicone

Advogado da PIP nega que silicone tenha componentes industriais

O advogado da fabricante francesa de próteses de silicone PIP desmentiu hoje que o produto contenha componentes industriais e químicos. A marca é protagonista de um escândalo mundial de implantes defeituosos, apontado como a causa de ao menos 20 casos de câncer de mama em mulheres usuárias na França.

Yves Haddad, advogado de Jean-Claude Mas, fundador e presidente da companhia PIP (Poly Implant Prothese).
Yves Haddad, advogado de Jean-Claude Mas, fundador e presidente da companhia PIP (Poly Implant Prothese). REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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“É um produto que existe desde 1980 e que foi comprado da Rhône-Poulenc [indústria farmacêutica]. Não se trata de um produto industrial, mas de um produto alimentar do mesmo tipo dos usados na composição de um batom, por exemplo”, explicou Yves Haddad, defensor da Poly Implant Prothèse (PIP). Haddad reagia a uma informação divulgada pela rádio RTL, afirmando que os componentes “químicos e industriais, entre eles um aditivo para combustíveis”, utilizados nas próteses, “jamais passaram por testes clínicos sobre a eventual nocividade ao organismo”.

O advogado anunciou que seu cliente, o fundador da empresa, Jean-Claude Mas, vai se pronunciar “até o final da semana” pela primeira vez desde o início do escândalo. “Não sou químico, mas Jean-Claude Mas vai se explicar sobre tudo isso ao longo da semana.”

O advogado de quatro pacientes, Philippe Courtois, sugere que análises sejam feitas diretamente nas próteses implantadas nas mulheres. “Não podemos mais esperar. É preciso que esse estudo seja uma decisão comum de todas as agências de saúde europeias”, reclamou. O defensor disse que ainda não teve acesso aos documentos do processo penal, portanto não pode confirmar especificamente de que material eram feitas as próteses. “É preciso verificar isso logo. As vítimas estão cada vez mais desamparadas.”

Mas responde a dois processos judiciais na França, um por fraude grave e outro por ferimentos e homicídios involuntários. Em seu último balanço, a Agência de Produtos de Saúde da França informa que foram registrados 20 casos de câncer entre as portadoras de silicone PIP. Entretanto, a agência esclarece que nenhuma ligação entre a ocorrência de câncer e a prótese foi comprovada, por enquanto.

Por precaução, o governo francês recomendou que todas as mulheres que utilizam o produto retirem o material. Estima-se que 30 mil francesas usem próteses da marca.
 

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