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Eleições/ França

Esquerda francesa poderá, pela primeira vez, ter maioria no Senado

Pela primeira vez em sua história, a maioria do Senado francês poderá passar para as mãos da esquerda, após as eleições indiretas que serão realizadas neste domingo para eleger metade das cadeiras da Casa. Neste caso, o presidente Nicolas Sarkozy perderia o apoio no Senado, o que seria um forte golpe a apenas sete meses das próximas eleições presidenciais no país.

O Senado francês foi criado após a Revolução Francesa, em 1789.
O Senado francês foi criado após a Revolução Francesa, em 1789. Romain Vincens/Open access
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Para conseguir a façanha, o Partido Socialista, de oposição, precisa conquistar 23 dos assentos atualmente mantidos pelo governista UMP, o partido conservador de Sarkozy, dos 170 assentos que estarão em jogo no domingo. O PS obteria, assim, uma vitória que, segundo o presidente do Senado, Gérard Larcher (UMP), teria consequências "sísmicas".

No total, o UMP tem 147 dos 348 assentos, contra 115 do Partido Socialista. O deslocamento para a esquerda nas sucessivas eleições locais em muitas das regiões, onde cerca de 150 mil autoridades municipais votarão na eleição do Senado, torna o aumento nos assentos da esquerda inevitável.

Sarkozy tem enfrentado alguns dos piores índices de aprovação entre os últimos presidentes da França, num momento em que os franceses estão descontentes com a recessão econômica e o desemprego persistente, e têm a percepção de que seu comportamento como presidente é muito impulsivo e pomposo.

É a primeira vez desde a criação Senado, após a Revolução Francesa, que a esquerda se mostra forte o suficiente para conquistar a Casa. O Senado francês se caracteriza por eleitos homens, idosos e originários do meio rural do país, tradicionalmente conservador. Além disso, os senadores detêm menos poder do que os deputados: a Assembleia Nacional é sempre a última a dara a palavra na aprovação de leis e reformas.
"Não há dúvidas de que haverá um aumento nos assentos da oposição", admitiu nesta semana Bernard Accoyer, presidente da Assembleia Nacional, à rádio France Info.

Sarkozy deve anunciar em novembro que irá concorrer a um segundo mandato nas eleições presidenciais de abril. O Partido Socialista vive campanha interna para as primárias, que se realizam em outubro e definirão o candidato que enfrentará o atual presidente nas urnas.
 

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