Pesquisa indica candidata da extrema-direita na liderança da corrida presidencial
Uma pesquisa publicada neste domingo na França aponta a candidata de extrema-direita Marine Le Pen como líder nas intenções de voto para o 1° turno das presidenciais, previstas para 2012. Pela primeira vez uma sondagem revela a possibilidade da presidente do partido Frente Nacional chegar ao segundo turno das eleições na França.
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Segundo a pesquisa, Marine Le Pen chegaria na frente com 23% dos votos, à frente do presidente Nicolas Sarkozy que teria 21% , mesmo índice da secretária-geral do Partido Socialista, Martine Aubry.
A pesquisa, feita através da internet pelo instituto de pesquisa Harris Interactive para o jornal Le Parisien, ouviu mais de 1.300 eleitores franceses acima de 18 anos.
Marine Le Pen, de 42 anos, assumiu a menos de 2 meses a presidência do partido extremista Frente Nacional em substituição a seu pai, Jean-Maire Le Pen, que provocou um terremoto político na França ao chegar ao segundo turno das presidenciais francesas em 2002, vencidas por Jacques Chirac.
Em entrevista coletiva no sábado, após a divulgação dos resultados da pesquisa, Marine Le Pen comemorou seu desempenho e lançou uma provocação ao presidente francês. " Essa pesquisa me faz pensar que Nicolas Sarkozy perderá as eleições presidenciais", disse. "Desde já, ele parece eliminado do 2° turno", acrescentou.
Marine Le Pen aproveitou a atualidade internacional para justificar o resultado da sondagem. " Esta na moda o despertar dos povos. Não há motivo para na França, não ser diferente", afirmou.
Em entrevista a uma rede de televisão neste domingo, Marine Le Pen disse que não está no cenário político apenas para fazer "figuração" e aposta em uma supresa nas próximas eleições. "Estamos diante de uma classe política envelhecida e a Frente Nacional representa uma esperança para o povo", disse.
Reações
O deputado socialista francês, Laurent Fabius, ex-primeiro-ministro, diise em entrevista a uma rádio francesa que o avanço da extrema-direita é consequência de um fracasso do presidente Sarkozy diante de temas delicados, como o debate sobre a presença do Islã na França, lançado recentemente pelo partido UMP, do chefe de estado francês.
O co-fundador do Partido de Esquerda, Jean-Luc Melanchon, desqualificou a pesquisa publica há pouco mais de um anos das eleições presidenciais. Segundo ele, a sondagem parece fazer parte de uma estratégia para transformar a política francesa em uma "palhaçada". "Vocês acham realmente que os franceses querem uma fascista na presidência do país?" afirmou.
Os partidários do partido conservador UMP questionam a credibilidade de uma pesquisa feita pela internet e que não considera a hipótese de uma candidatura do atual diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Khan que desfruta de bons índices de popularidade entre os franceses, apesar de não ter manifestado sua intenção de concorrer ao cargo.
O atual chefe do partido, Jean-François Copé, apelou para que não haja interpretações exageradas da pesquisa e pediu para os conservadores "manterem sangue-frio". Ele disse que o presidente Nicolas Sarkozy é o melhor candidato da direita, mesma opinião expressa pelo primeiro-ministro François Fillon em entrevista ao jornal Le Figaro publicada no sábado.
O presidente Nicolas Sarkozy, eleito em 2007, ainda não confirmou oficialmente que vai se candidatar à reeleição.
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