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França/Terrorismo

Sarkozy promete dar à justiça documentos sobre atentado

Denunciando uma polêmica política « sem razão de ser », o presidente francês vai transmitir à justiça toda a documentação relativa ao atentado de Karachi, no Paquistão, em 2002, em que morreram onze franceses. Suspeita-se que o atentado seja uma vingança do Paquistão, depois que o governo do ex-presidente Jacques Chirac parou de dar comissões ilícitas ao país no quadro de um contrato de armamento.

Nicolas Sarkozy denuncia uma polêmica em torno do caso Karachi.
Nicolas Sarkozy denuncia uma polêmica em torno do caso Karachi. REUTERS / TF1 Television
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Pela primeira vez, o governo francês reagiu às denúncias de corrupção envolvendo o contrato de venda de submarinos ao Paquistão, em 1994, em troca de gordas comissões, das quais uma parte teria voltado à França para financiar a candidatura presidencial do primeiro-ministro na época, Edouard Balladour.

Neste sábado, o secretário geral do Palácio do Eliseu, Claude Guéant, divulgou um comunicado de duas páginas em que denuncia as "insinuações" visando o presidente Nicolas Sarkozy, assim como "alegações caluniosas". Sobre as propinas, o texto afirma que as contas da candidatura foram validadas pelo Conselho Constitucional e que esse rumor tem o objetivo de tirar a credibilidade do governo.

O comunicado oficial foi seguido de uma declaração do próprio Sarkozy, prometendo entregar à justiça todos os documentos existentes sobre o atentado de Karachi.

As reações do governo aconteceram no dia seguinte às declarações do ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin  ao canal de TV francês TF1, de que tinha fortes suspeitas da existência de comissões que voltariam para o país, caracterizando uma corrupção. Na época dos fatos, Villepin era secretário geral do governo de Jacques Chirac que, recém-eleito, teria decidido suspender todas as chamadas "comissões de volta" para moralizar a vida pública internacional.

No dia 8 de maio de 2002, 11 franceses que trabalhavam em Karachi morreram com a explosão de uma bomba no ônibus em que se encontravam, em frente ao seu hotel. Eles trabalhavam para o governo no quadro do contrato de 820 milhões de euros, cerca de 1,8 bilhão de reais, da venda ao Paquistão de três submarinos fabricados pela França.

 

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