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França/Escândalo

Sarkozy e Chirac podem ser testemunhas da investigação do atentado de Karachi

O escândalo de corrupção da venda de submarinos franceses para o Paquistão em 1994 se aproxima perigosamente do presidente Nicolas Sarkozy. A oposição francesa exige o fim do sigilo de Estado que envolve essa transação. A suspensão do pagamento das propinas teria sido o estopim para um atentado em Karachi que matou 11 franceses em 2011.

Em Karachi, maio de 2002, destroços de um ônibus da direção da Construção Naval vítima de um carro-bomba.
Em Karachi, maio de 2002, destroços de um ônibus da direção da Construção Naval vítima de um carro-bomba. (Photo : AFP)
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As famílias das vítimas do atentado pediram nesta quinta-feira que o presidente francês Nicolas Sarkozy, o ex-presidente Jacques Chirac e o ex-premiê Dominique de Villepin sejam arrolados como testemunhas da investigação do atentado. Familiares das vítimas suspeitam que o atentado tenha sido encomendado pelas Forças Armadas paquistanesas depois que o governo Chirac suspendeu o pagamento das comissões ilícitas.

A oposição exige do governo Sarkozy o fim do sigilo de Estado que envolve a venda dos submarinos para esclarecer definitivamente o atentado de Karachi e o envolvimento de autoridades da época em corrupção ativa.

Na última segunda-feira, o ministro da Defesa da época, Charles Millon, disse em depoimento à justiça ter a íntima convicção de que houve pagamento de comissões ilícitas às Forças Armadas paquistanesas, em 1994, para concluir a venda de três submarinos franceses - um contrato de 820 milhões de euros, cerca de 1 bilhão e 800 milhões de reais.

Na época, Nicolas Sarkozy era ministro do Planejamento e figura em documentos ligados às negociações. Segundo o ex-ministro Charles Millon, parte das comissões pagas retornou à França em forma de depósitos bancários a intermediários. Suspeita-se que esse dinheiro tenha alimentado o "caixa dois" da campanha presidencial de Edouard Balladur, adversário derrotado por Jacques Chirac em 1995. Sarkozy foi porta-voz da campanha de Balladur.

O escândalo de corrupção toma proporções ainda maiores porque estaria na origem de um atentado que matou, em 2002, 11 franceses empregados no estaleiro montado em Karachi, no Paquistão, para a construção dos submarinos. França e Paquistão atribuíram o ataque à Al-Qaeda.

 

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