Às vésperas de lei contra burca, premiê francês inaugura mesquita
A uma semana da discussão no parlamento francês da polêmica lei que proíbe o uso do véu integral no país, o primeiro-ministro francês, François Fillon, participou nesta segunda-feira da inauguração de uma mesquita na periferia de Paris.
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João Alencar, em colaboração para a RFI
Além de inédita, a presença do primeiro-ministro francês François Fillon na inauguração de uma mesquita na região parisiense, ocorre em um momento chave para o governo. Daqui a uma semana, começam os debates na Assembleia Nacional do projeto de lei para proibir o uso da burca em todos os espaços públicos na França.
O projeto prevê não apenas a interdição da burca nas escolas e instituições do Estado, o que hoje já é proibido, mas também o pagamento de multa para as mulheres que saírem às ruas com o rosto completamente coberto.
No discurso diante da comunidade mulçumana nesta segunda-feira, François Fillon classificou o uso da burca como um "comportamento radical" e uma "caricatura" da religião islâmica. "Vocês devem fazer com que a inteligência ganhe do obscurantismo, que a tolerância vença a intolerância", declarou o premiê sob aplausos dos presentes.
François Fillon disse ainda que apenas uma minoria utiliza a burca e que o véu integral é contrário às regras fundamentais da sociedade francesa. Uma sociedade laica com igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Para a oposição socialista, a presença do primeiro-ministro é uma forma do governo compensar o polêmico debate sobre a identidade nacional. A França é o país da União Européia com maior número de mulçumanos: entre cinco e seis milhões de pessoas.
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