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França/Irão

França a favor de novas sanções contra o Irão

O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, mostrou-se esta segunda-feira, 14 de Novembro, favorável “reacção diplomática forte” e à imposição de novas sanções contra o Irão, pais que acusa de levar a cabo uma repressão inédita desde o início da “revolução” desencadeada após a morte de Mahsa Amini a 16 de Setembro.

O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, durante o encontro com as quatro militantes iranianas, sexta-feira, 11 de Novembro, à margem do Fórum Mundial para a Paz.
O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, durante o encontro com as quatro militantes iranianas, sexta-feira, 11 de Novembro, à margem do Fórum Mundial para a Paz. © réseaux sociaux
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Em entrevista à radio France Inter, na sexta-feira passada e difundida hoje, o Presidente francês defendeu uma “reacção diplomática forte” face ao Irão e “sanções contra as personalidades do regime responsáveis pela repressão da revolução" desencadeada há dois meses.

"Sou a favor de uma forte reacção diplomática e de sanções contra as personalidades do regime responsáveis pela repressão desta revolução", disse.

As declarações de Emmanuel Macron foram feitas após o encontro com quatro militantes iranianas no Eliseu, na semana passada, à margem do Fórum Mundial para a Paz, algo inédito desde da Revolução iraniana em 1979.

O chefe de Estado francês reconheceu a coragem das mulheres iranianas que pagam com a própria vida os valores da liberdade e enalteceu a revolução que lideram no país.  

“Para começar, eu falo na nossa admiração, respeito e apoio. O combate que elas estão a fazer é um combate que para nós, num sentido muito particular, representa os nossos valores primordiais, um universalismo livre, no qual acreditamos. Essas mulheres carregam esses valores de forma corajosa e excecional. Ou seja, ao preço da própria vida, da vida das pessoas que lhes são próximas. Elas perderam um pai, uma mãe, uma irmã, um irmão. Elas e eles, sim porque foram as mulheres que lançaram esta revolução, este movimento, mas são apoiadas por muitos homens”, explicou.

Emmanuel Macron salientou que esta revolução, feita por mulheres e homens, revela o descontentamento da nova geração iraniana face a um regime “obscuro” e “opressor”.

“É importante dizer [que esta revolução] representa um universalismo francês. E elas representam várias ideias que nós ouvimos há vários anos. De certa forma, os valores que nós defendemos eram valores bons para o Ocidente, mas que não eram reais no Irão. Que as mulheres eram felizes em viver dessa forma obscura, de opressão. Que os homens não as iriam apoiar culturalmente se elas quisessem desafiar esse regime, mas essa geração mostrou-nos o contrário”, defendeu Emmanuel Macron.

Entretanto, as autoridades iranianas reagiram, este domingo, ao encontro do Presidente francês com as militantes iranianas, na sexta-feira pasasda, considerando as palavras de Emmanuel Macron como "lamentáveis ​​e vergonhosas".

"Esta é uma violação flagrante das responsabilidades internacionais da França na luta contra o terrorismo e a violência. Consideramos que [estas declarações] promovem fenómenos sinistros", admitiu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Nasser Kanani.

O Irão tem sido palco de protestos desde a morte de Mahsa Amini a 16 de Setembro. A jovem mulher morreu três dias depois de ter sido prisão em Teerão - por usar o véu islâmico incorretamente.

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