Macron nos Camarões para relançar relações económicas
Três meses após a sua reeleição, Emmanuel Macron desloca-se a África, uma das suas prioridades diplomáticas. A primeira paragem deste périplo efectua-se nos Camarões, a maior economia da África Central.
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A primeira etapa desta viagem será os Camarões. Emmanuel Macron tem encontro marcado esta terça-feira com o seu homólogo, Paul Biya, de 89 anos de idade, 40 dos quais à frente do país.
Em cima da mesa estarão as possibilidades de investimento francês na agricultura camaronesa e os desafios da luta antiterrorista no norte do país.
O chefe de estado francês vai tentar relançar os laços entre os dois países. No plano económico, a França tem vindo a perder terreno em detrimento da China e da Índia. A França é o segundo fornecedor dos Camarões, mas apenas o seu sétimo cliente. As exportações estão estagnadas e as importações em queda.
Nos anos 1990, as empresas francesas nos Camarões representavam 40% da economia, mas em 2021 representam pouco mais de 10%, segundo cálculos da embaixada de França. Mesmo assim, o país acolhe 200 empresas e filiais de grupos franceses, nos mais diversos domínios que vão desde a exploração petrolífera, madeira, agro-indústria e distribuição.
Nos últimos anos, Yaoundé apostou na diversificação dos seus parceiros económicos. Pequim passou a ser incontornável na atribuição dos grandes contratos de infra-estruturas, a começar pelas que receberam o Campeonato Africano das Nações no início deste ano.
A influência chinesa reflecte-se também nas estradas e na rede de energia eléctrica.
Também a Rússia tem vindo a ganhar espaço no país, a ocupar actualmente o posto de terceiro fornecedor dos Camarões, atrás da China e da França.
Esta é a primeira visita ao continente africano do governante francês desde a sua reeleição, em Abril. A deslocação a África, de 25 a 28 de Julho, vai ainda levar o presidente francês ao Benim e à Guiné-Bissau.
Na quarta-feira, o chefe de Estado francês segue para o Benim, cujo norte enfrenta um aumento de ataques mortais, numa altura em que a ameaça jihadista está instalada desde o Sahel até aos países do Golfo da Guiné. Cotonou quer o apoio francês em termos de logística aérea, inteligência e equipamento.
O périplo de Emmanuel Macron termina na quinta-feira, na Guiné-Bissau, onde vai reunir-se com o presidente Umaro Sissoco Embaló, que está prestes a assumir a liderança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Diz a Presidência francesa que nestes dias "as questões de governação e do Estado de Direito serão abordadas em todas as fases”, todavia, “sem injunção dos média mas sob a forma de trocas directas com os seus homólogos".
O chefe de Estado francês será acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e das Forças Armadas, Catherine Colonna e Sébastien Lecornu, o ministro delegado para o Comércio Externo, Olivier Becht, e a secretária de Estado do Desenvolvimento, Chrysoula Zacharopoulou.
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