Tensão em territórios franceses de Caraíbas lança debate sobre autonomia
A tensão decorrente da crise sanitária e das dificuldades económicas e sociais nas Antilhas francesas lançou o sensível debate sobre o estatuto dos territórios ultramarinos franceses da região das Caraíbas. Em declarações televisivas, na sexta-feira, dia 27 de Novembro, o ministro francês do Ultramar, Sébastien Lecornu evocou a possibilidade de uma autonomia dos referidos territórios.
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Crise sanitária caracterizada nomeadamente pela oposição ao plano vacinal anti-Covid-19, que desembocou numa explosão social marcada pela violência, saques e bloqueios de estradas, propulsa os territórios franceses na actualidade.
Perante a escalada da tensão, o executivo francês reagiu por intermédio do seu ministro do Ultramar, Sébastien Lecornu, que em declarações televisivas, no dia 27 de Novembro de 2021, anunciou medidas tendentes a apaziguar a situação, assim como evocou a eventualidade de um estatuto de autonomia para os territórios franceses das Caraíbas, designadamente as ilhas de Guadeloupe e Martinique.
No âmbito das medidas do governo francês destinadas às Antilhas,Lecornu, anunciou a criação de mil empregos subsidiados para os jovens na Guadeloupe, território onde 34,5% da população vive sob o limiar da pobreza nacional, com uma taxa de desemprego de 19%.
Os jovens guadelupeanos são os mais afectados como uma taxa de 35% de desempregados , contrariamente à média nacional francesa que é de 20% na referida categoria.
O lançamento do debate sensível sobre o estatuto dos citados territórios, que para além do impacto da pandemia, enfrentam sérias dificuldades económicas, provocou a reacção dos candidatos da direita e da extrema-direita à eleição presidencial francesa de 2022 . De Xavier Bertrand à Marine Le Pen, os referidos candidatos acusam o governo de recuar para satisfazer, segundo eles, " os independentistas radicais".
Ao abordar a questão da autonomia da Guadeloupe e da Martinique, Sébastien Lecornu, considerou que "não existem debates errados".
Referindo-se às dificuldades evidenciadas pelo referendo sobre a independência da Nova Caledónia, o deputado Julien Aubert , do partido de direita, Os Republicanos (Les Républicains), considerou que não é o momento para falar de autonomia no que toca aos territórios ultramarinos da França.
Segundo os opositores do executivo francês, este último não sabe como responder a corrente crise social na Guadeloupe e na Martinique.
Em 2009 , perante mais uma crise social, o então executivo chefiado pelo Presidente Nicolas Sarkozy tinha considerado o alargamento das prerrogativas das Antilhas, bem como da Guiana francesa, território situado na América do Sul,que tem fronteira com o Brasil.
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