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França/Política

Tensão em territórios franceses de Caraíbas lança debate sobre autonomia

A tensão decorrente da crise sanitária e das dificuldades económicas e sociais nas Antilhas francesas lançou o sensível debate sobre o estatuto dos territórios ultramarinos franceses da região das Caraíbas. Em declarações televisivas, na sexta-feira, dia 27 de Novembro, o ministro francês do Ultramar, Sébastien Lecornu evocou a possibilidade de uma autonomia dos referidos territórios.    

Sebastien Lecornu, ministro francês do Ultramar (aqui a 3 de Outubro de 2020),  evocou, durante  declarações  televisivas no dia 27 de Novembro de  2021, a questão  sensível da autonomia dos  territórios ultramarinos  franceses. A direita e a extrema-direita francesas, acusam o executivo  de Emmanuel Macron  de recuar perante a pressão  de  "independentistas radicais".
Sebastien Lecornu, ministro francês do Ultramar (aqui a 3 de Outubro de 2020), evocou, durante declarações televisivas no dia 27 de Novembro de 2021, a questão sensível da autonomia dos territórios ultramarinos franceses. A direita e a extrema-direita francesas, acusam o executivo de Emmanuel Macron de recuar perante a pressão de "independentistas radicais". © GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP
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Crise sanitária caracterizada nomeadamente pela oposição ao plano vacinal anti-Covid-19, que desembocou numa explosão social  marcada pela  violência, saques e bloqueios de estradas,  propulsa os  territórios franceses na actualidade.

Perante a escalada da tensão, o executivo francês reagiu por intermédio  do seu ministro  do Ultramar, Sébastien Lecornu, que em  declarações televisivas, no dia  27  de Novembro  de 2021, anunciou  medidas tendentes a apaziguar a situação, assim como evocou a eventualidade  de  um  estatuto  de autonomia para  os territórios  franceses das Caraíbas, designadamente as ilhas de Guadeloupe e Martinique.

No âmbito das  medidas do governo  francês destinadas às  Antilhas,Lecornu, anunciou a criação  de  mil  empregos subsidiados para  os jovens  na Guadeloupe,  território onde 34,5% da  população vive  sob o limiar da pobreza nacional, com uma taxa de  desemprego  de 19%.

Os jovens guadelupeanos são os mais afectados como uma taxa de  35% de desempregados , contrariamente à  média  nacional francesa que  é  de 20% na  referida  categoria. 

O lançamento do debate sensível sobre o estatuto dos citados territórios, que para além do impacto da pandemia, enfrentam sérias  dificuldades económicas, provocou a reacção dos candidatos da direita e da extrema-direita à  eleição presidencial francesa de 2022 . De Xavier Bertrand  à Marine Le Pen, os referidos candidatos acusam o governo de recuar para satisfazer, segundo eles, " os independentistas radicais".  

Ao abordar a questão  da autonomia da  Guadeloupe e da Martinique, Sébastien Lecornu, considerou  que  "não existem debates errados".

Referindo-se às dificuldades evidenciadas  pelo referendo sobre a independência da Nova Caledónia, o  deputado   Julien Aubert , do partido de direita, Os Republicanos (Les Républicains), considerou  que não é o momento para  falar de autonomia  no que toca aos  territórios  ultramarinos  da França. 

Segundo  os opositores  do  executivo  francês,  este último não sabe  como responder a  corrente crise  social  na  Guadeloupe e na  Martinique.

Em  2009 , perante  mais uma crise  social,  o  então executivo  chefiado pelo  Presidente Nicolas Sarkozy  tinha  considerado  o alargamento das prerrogativas das  Antilhas, bem como da Guiana francesa, território situado na América do Sul,que  tem fronteira  com o Brasil.

 

 

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