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França

França: terapia de choque para vacinar a população

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou ontem que a vacinação contra a covid-19 vai passar a ser obrigatória para os profissionais de saúde e cuidadores de pessoas. Os passes sanitários também vão generalizar-se em vários sectores, segundo anunciou ainda o chefe de Estado francês.

Actualmente, dos 4 milhões de profissionais de saúde e cuidadores recenseados em França, 1,5 milhões continuam por vacinar.
Actualmente, dos 4 milhões de profissionais de saúde e cuidadores recenseados em França, 1,5 milhões continuam por vacinar. REUTERS - Fabrizio Bensch
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"Um verão de mobilização pela vacinação. Este deve ser o nosso objectivo". Este foi o programa fixado ontem pelo presidente francês no seu oitavo discurso de crise acompanhado na televisão por mais de 22 milhões de telespectadores, um discurso durante o qual ele anunciou que para "os profissionais de saúde e todas as pessoas que tratam de pessoas doentes, idosos, pessoas com saúde frágil, a vacinação vai ser obrigatória".

Actualmente, dos 4 milhões de profissionais de saúde e cuidadores recenseados no país, 1,5 milhões continuam por vacinar.

Neste sentido, as pessoas pertencentes a estas categorias, terão até ao dia 15 de Setembro para se vacinarem. Caso contrário serão sancionadas, "deixarão de trabalhar e de ser pagas", segundo o governo invocando que uma lei vai ser discutida e votada neste sentido em sessão extraordinária do parlamento de 21 a 23 de Julho.

Apesar de não ser obrigatória, a vacinação do resto da população passa na prática a ser imperativa. Segundo anunciou ontem o Presidente francês, a partir do dia 21 de Julho, será necessário um passe sanitário ou um teste PCR negativo com um máximo de 48 horas, para entrar em locais de lazer e cultura como os cinemas. A partir do início de Agosto, esta medida será estendida aos cafés, restaurantes, centros comerciais, aviões, comboios e autocarros para percursos longos e para os estabelecimentos de saúde. No outono, os testes PCR só continuarão a ser gratuitos mediante prescrição médica.

"Não é uma chantagem", argumentou o ministro francês da Saúde para quem esta é a única forma de evitar um novo confinamento perante a chegada ao país da muito contagiosa variante Delta da covid-19. Uma terapia de choque que acaba por ser consensual em boa parte da classe política francesa com a excepção da extrema-direita de Marine le Pen e do partido de esquerda -La France Insoumise- de Jean-Luc Mélenchon.

Resultado concreto do discurso de ontem, quase um milhão de pessoas se conectou nas plataformas digitais para marcar vacinações.Segundo dados oficiais, cerca de 40% da população francesa, ou seja um pouco mais de 27 milhões de pessoas, recebeu duas doses de vacina.

No seu mais recente balanço ontem, as autoridades sanitárias francesas deram conta de um pouco mais de mil casos suplementares em 24 horas, outros mil pacientes permanecem em cuidados intensivos e 28 pessoas morreram. Desde o começo da pandemia, a covid-19 causou mais de 111 mil óbitos em França.

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