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França

Professor decapitado em França: 7 pessoas ouvidas por um juiz antiterrorismo

Das 16 pessoas que estiveram sob custódia policial, 7 suspeitos, incluindo 2 menores, permaneceram detidas nesta quarta-feira na perspectiva de comparecerem perante a justiça com vista a serem formalmente acusadas no âmbito da investigação sobre a decapitação do professor Samuel Paty na passada sexta-feira nas imediações de Paris, por ter mostrado caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.

Agentes policiais concentrados junto do liceu de Conflans-Saint-Honorine, nas imediações de Paris, junto do qual foi assassinado o professor Samuel Paty no passado dia 16 de Outubro.
Agentes policiais concentrados junto do liceu de Conflans-Saint-Honorine, nas imediações de Paris, junto do qual foi assassinado o professor Samuel Paty no passado dia 16 de Outubro. AP Photo/Michel Euler
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As autoridades encaram vários tipos de acusação, desde “associação de malfeitores” até “cumplicidade em acto terrorista”. Entre as 7 pessoas a comparecerem hoje perante um juiz antiterrorismo, consta um encarregado de educação que dias antes do assassinato de Samuel Paty, tinha apelado nas redes sociais à mobilização contra o professor. A investigação foca designadamente a sua atenção nas trocas de mensagens via WhatsApp, dias antes do sucedido, entre o pai de família e o autor do ataque, Abdoullakh Anzorov, jovem refugiado de origem chechena.

A polícia também suspeita de cumplicidade um militante islamista, Abdelhakim Sefrioui, que acompanhou o referido encarregado de educação quando este foi se queixar da aula de Samuel Paty junto da direcção do colégio onde ensinava. O inquérito aponta nomeadamente um vídeo no Youtube em que Sefrioui qualificava o docente “bandido”.

Também a caminho de uma acusação formal estão 2 menores, um de 15 e outro de 14 anos, suspeitos de terem dado informações sobre a vítima a troco de dinheiro. Igualmente retidos continuam 3 amigos do agressor. Segundo uma fonte próxima da investigação, um deles é suspeito de ter levado o agressor até ao local do crime, sendo que outro é suspeito de o ter acompanhado durante a compra da arma do crime.

Ainda segundo dados que filtram da investigação, o autor do crime tinha há alguns tempos atrás pedido aos seus seguidores na rede Twitter para lhe darem informações sobre quem fosse culpado de insulto ao Profeta, uma espécie de “caça ao alvo” que se terá intensificado depois do 25 de Setembro, dia em que ocorreu o ataque à arma branca junto das antigas instalações do jornal satírico “Charlie Hebdo”.

Noutro aspecto, neste dia em que o professor é homenageado a nível nacional, conforme tinha sido anunciado ontem, foi ordenado o encerramento da Mesquita de Pantin, nas imediações da capital, por esta instituição ter veiculado um vídeo denunciando a aula de Samuel Paty. Entretanto, em conselho de ministros, foi igualmente decretada a dissolução do colectivo pro-palestiniano Cheikh Yassine, fundado por Abdelhakim Sefrioui, um dos suspeitos citados neste caso e cuja estrutura está "directamente envolvida" no assassinato de Samuel Paty, segundo o presidente francês.

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