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"O que vivemos hoje fez-me reviver os ataques de Janeiro de 2015"

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O Ministério Público francês abriu uma investigação ao ataque desta sexta-feira por suspeita de terrorismo, depois de duas pessoas terem sido esfaqueadas perto das antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo. 

A polícia francesa investigam o local do ataque desta manhã depois depois de duas pessoas terem sido feridas perto dos antigos escritórios dao jornal satírico Charlie Hebdo, 25 de setembro de 2020.
A polícia francesa investigam o local do ataque desta manhã depois depois de duas pessoas terem sido feridas perto dos antigos escritórios dao jornal satírico Charlie Hebdo, 25 de setembro de 2020. AFP - ALAIN JOCARD
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"Este não foi um ataque ao acaso. O autor está a ser interrogado por isso logo veremos o que dirá. O que vivemos hoje foi exactamente a cena comparável aos ataque de Janeiro de 2015", aponta um dos responsáveis da agência de imprensa e de produção de conteúdos para a televisão francesa Premières Lignes, Paul Moreira.

Também Pedro Brito da Fonseca, realizador na agência Premières Lignes, sentiu que o cenário de 2015 se estava a repetir. "Em 2015 estava a acompanhar tudo pela rádio, mas hoje estava ao telefone com um colega da Premières Lignes quando ouvi, em directo, que estavam a ser atacados. Vim até à redacção e a polícia estava a marcar um perímetro de segurança", descreveu.

Na redacção da produtora encontrava-se Paul Moreira que nos descreveu o que viveu esta manhã perto da avenida Richard Lenoir; "houve um ataque com arma branca de um terrorista contra duas pessoas da nossa agência, que tem sede no prédio onde se encontravam as instalações do Chalie Hebdo".

Os dois jornalistas da agência ficaram feridos com gravidade "segundo o que nos foi dito, as duas vítimas não correm risco de morte", confirma o responsável da agência.

As duas vítimas encontravam-se na rua, a fumar um cigarro, "tudo aconteceu de forma muito rápida. O autor tinha uma arma branca e tentou fazer o máximo de ferimentos", explica Paul Moreira,

A polícia conseguiu localizar os autores do ataque com recurso às imagens das câmaras de vigilância instaladas na cidade de paris. "Foi uma intervenção rápida", descreve o responsável da produtora

"Este sempre foi um lugar que permaneceu como um símbolo da liberdade de expressão e como um alvo das pessoas que querem manifestar vontade inversa", explica Paul Moreira. "A redacção do Charlie Hebdo está num lugar desconhecido, mas o que permanece acessível são os nossos escritórios", lembra.

Duas pessoas foram detidas e estão sob custódia das autoridades, confirmaram o primeiro-ministro francês, Jean Castex, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, e o procurador-geral Jean-François Ricard.

O principal suspeito do ataque tem 18 anos, nacionalidade paquistanesa já reconheceu a autoria do ataque. O homem é conhecido das autoridades por crimes, nomeadamente, por posse ilegal de arma. Foi detido na Praça da Bastilha com vestígios de sangue na roupa. O segundo suspeito tem 33 anos e foi detido horas mais tarde, junto à estação de metro Richard-Lenoir. 

O ataque acontece na terceira semana do julgamento dos atentados terroristas de Janeiro de 2015 e depois do jornal satírico Charlie Hebdo ter recebido novas ameaças do grupo terrorista Al Quaeda, depois de voltar a publicar as caricaturas de Maomé.

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