Ontem aqui em França, passados três meses após uma primeira votação, decorreu a segunda volta das autárquicas, um escrutínio marcado com o selo da epidemia do coronavírus que poderá estar por detrás da forte taxa de abstenção que se verificou neste Domingo. Na primeira volta, foi de cerca de 40%, tendo chegado ontem aos 60%.
Nesta segunda volta peculiar, o muito comentado desejo de um "novo mundo"que terá surgido durante o período do confinamento também poderá ter encontrado tradução no autêntico "maremoto verde" que se abateu sobre grandes cidades.
Em Bordéus e Lyon, municípios tradicionalmente à direita, foi operada uma viragem verde. Em Marselha, os verdes também chegaram em primeiro lugar mas vão ter de constituir uma aliança, já que não obtiveram uma maioria clara e, por outro lado, em Paris, os socialistas mantêm o controlo mas em virtude de um programa com forte cariz ecologista.
Outro aspecto observado durante estas eleições foi a impossibilidade para a maioria presidencial conquistar autarquias de grandes dimensões, numa altura em que o Presidente procura um "novo fôlego", através nomeadamente de uma possível remodelação governamental a ser efectuada nos próximos dias, depois de autárquicas em que se rebateram as cartas a nível político.
Victor Pereira, historiador e professor na Universidade de Pau, no sudoeste de França, analisou connosco este novo figurino.
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