Paris: Catedral acolheu cerimónia inédita de Sexta Feira Santa
Praticamente um ano após o incêndio que devastou boa parte da sé catedral de Paris "Notre Dame" reabriu, para uma curta cerimónia inédita de oração de Sexta-Feira Santa. O acto foi presidido por Monsenhor Michel Au Petit, Arcebispo da capital francesa.
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Tratou-se de uma cerimónia à porta fechada, sem a presença do público, com apenas alguns clérigos que ladeavam o Arcebispo de Paris, no meio do estaleiro da sé, com as obras paradas devido também à pandemia do novo coronavírus.
A assembleia ali presente teve, mesmo, que usar capacete até ao início da cerimónia e os actores e o músico presentes usaram uma espécie de "fato macaco" para os proteger do chumbo.
O famosos artista francês Renaud Capuçon tocou várias músicas de Bach, nomeadamente.
Os actores Judith Chemla e Philippe Torreton leram diversos textos designadamente lembrando a Paixão de Jesus que os cristãos assinalam nesta Sexta-feira Santa, de autores religiosos ou laicos.
A coroa de espinhos resgatada do incêndio do ano passado foi alvo da veneração da assembleia.
O Arcebispo de Paris, Monsenhor Michel Au Petit, um antigo médico, fez alusão ao contexto de pandemia que assola o planeta e fustiga em larga escala a França.
Trata-se do quarto país com maior número de óbitos do mundo, com mais de 10 000 mortos, com a região da capital a ser uma das mais afectadas pela Covid-19.
Daí os cristãos ficarem privados da possibilidade de participarem nas cerimónias da Semana Santa, com a França a cumprir uma quarentena desde 17 de Março.
A sua renovação, para além de 15 de Abril, deve ser anunciada na próxima segunda-feira pelo presidente Emmanuel Macron.
A cerimónia de Notre Dame foi realizada num comité muito restrito implicando que cada um dos participantes fosse obrigado a tomar um duche logo a seguir, devido à exposição ao chumbo, que se libertou na sequência do incêndio da catedral a 15 de Abril de 2019.
Um dos principais símbolos da catedral francesa foi alvo de um incêndio violento que devastou uma boa parte do prédio e implicou o desmoronamento do respectivo pináculo de Eugène Viollet-le-Duc, arquitecto da renovação da sé catedral no século XIX.
A sua restauração deveria ser retomada e implica obras de grande envergadura sem prazos nem orçamento devidamente conhecidos.
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