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Itália/Grécia

Dirigentes gregos chegam a Roma com novos aliados contra austeridade

Os novos dirigentes da Grécia desembarcam em Roma, nesta terça-feira (3), em mais uma etapa da maratona diplomática que tem o objetivo de conquistar aliados europeus para renegociar a dívida do país, que ultrapassa € 320 bilhões e representa 175% do PIB. O giro já pode ser considerado um sucesso.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, são esperados nesta terça-feira em Roma.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, são esperados nesta terça-feira em Roma. REUTERS/Alkis Konstantinidis
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Em 48 horas, o premiê Alexis Tsipras e o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, conquistaram o apoio de parceiros de peso contra a política de austeridade na Europa. Estados Unidos e Reino Unido declararam abertamente que é hora de mudar de enfoque na zona do euro.

Hoje, em Roma, o premiê Alexis Tsipras se encontra com Matteo Renzi, que enfrenta as mesmas dificuldades que o grego para fomentar a economia italiana num ambiente de estagnação na Europa. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, reúne-se com o colega de pasta Carlo Padoan.

Renzi tem denunciado o esgotamento da estratégia da Alemanha e da Comissão Europeia, focada em cortes massiços de despesas públicas sem medidas coordenadas de estímulo ao crescimento. Ontem, o chefe do governo italiano reafirmou que o debate sobre a política econômica na Europa deve mudar do prisma do rigor e da austeridade para o do crescimento e investimento. "Quando dizemos que devemos mudar de política econômica isso vale para toda a Europa, não só para a Grécia ou outro país em dificuldade", insistiu Renzi.

Críticas a Bruxelas

O Reino Unido não integra a zona do euro, é um dos poucos países da Europa que reatou com o crescimento, mas se preocupa com a intransigência da Alemanha e de Bruxelas, que ditam a austeridade no bloco. Ao receber em Londres o ministro grego das Finanças, George Osborne, que tem a mesma pasta, pediu que o governo grego atue com responsabilidade, mas ressaltou que o Eurogrupo precisa ter um plano melhor de luta contra o desemprego e estímulo ao crescimento. O enfrentamento entre Atenas e a zona do euro é o maior risco para a economia mundial, avaliou Osborne.

No domingo, Barack Obama fez a mesma advertência aos europeus. O presidente americano afirmou que não era possível exigir mais sacrifícios da Grécia, "uma economia em depressão, que perdeu 25% do PIB em cinco anos".

Tsipras começou ontem pelo Chipre seu giro europeu. Já Varoufakis está na estrada desde o final de semana. O ministro das Finanças grego esteve em Paris antes de seguir, ontem, para a Inglaterra.

Em Nicósia, capital de Chipre, Tsipras voltou a atacar o trio de credores da Grécia − Banco Central Europeu, União Europeia e FMI − e pediu decisões corajosas "porque toda a Europa está em crise e todas as dívidas dos países devem ser reavaliadas".

Equilíbrio delicado

Amanhã, o premiê grego estará em Paris a convite do presidente François Hollande. O chefe de Estado francês busca um equilíbrio delicado no debate entre o norte e o sul da Europa. Hollande apóia a Grécia, por reconhecer que a pressão excessiva sobre o país sufoca as chances de retomada do crescimento. Por outro lado, o socialista não quer criar novas complicações na conturbada relação com a chanceler Angela Merkel.

Tsipras e Varoufakis vão juntos a Berlim e Frankfurt, sede do Banco Central Europeu, mas as datas dos encontros ainda não foram definidas. A Alemanha descarta qualquer possibilidade de perdoar a dívida grega.

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