Líder da esquerda radical Alexis Tsipras toma posse hoje como novo primeiro-ministro da Grécia
O vencedor das eleições legislativas na Grécia, Alexis Tsipras, do partido de extrema-esquerda Syriza, tomará posse ainda nesta segunda-feira (26) como primeiro-ministro, às 12h no horário de Brasília. Tsipras será empossado pelo presidente grego, Carolos Papoulias, segundo um comunicado oficial.
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Adriana Moysés, enviada especial da RFI a Atenas
O Syriza não conquistou a maioria absoluta do Parlamento, elegeu 149 deputados, quando precisava de 151, mas formou rapidamente um governo de coalizão com o pequeno partido conservador nacionalista Gregos Independentes, que elegeu 13 deputados. Panos Kammenos, líder do Gregos Independentes, declarou que chegou a um acordo de princípio com o Syriza e dará seu voto de confiança ao novo primeiro-ministro.
Aliança inusitada
Uma aliança da extrema-esquerda com a direita pode parecer incoerente, mas os Gregos Independentes também são contrários à austeridade e têm votado junto com o Syriza no Parlamento. Esse ponto em comum abriu espaço para um pacto entre os dois partidos.
A Grécia deu uma guinada e vai vivenciar uma experiência inédita com um partido de extrema-esquerda no poder. Enquanto os demais países da Europa são governados há décadas por forças tradicionais - liberais, conservadores e social-democratas -, o pequeno país do sul da Europa elegeu um partido alternativo, relativamente novo, sem experiência de administração pública e com um programa ambicioso de esquerda.
Primeiro discurso
Em seu primeiro discurso ontem à noite, diante de 8 mil pessoas, no centro de Atenas, Alexis Tsipras disse que os 5 anos de humilhações e sofrimento dos gregos tinham terminado. Também afirmou que a troika de credores da Grécia, formada pelo FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu, não tem mais o que fazer em Atenas.
Logo em seguida, ele mudou de tom, dizendo que vai dialogar de forma “franca” com os parceiros europeus e apresentar um programa de reformas com um plano financeiro de 4 anos. Tsipras deixou claro, por outro lado, que não vai mais aceitar que os credores façam exigências impossíveis à Grécia. Sua prioridade é a reorganização produtiva do país e não o pagamento da dívida de € 320 bilhões.
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