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Eleições Legislativas/Grécia

Eleitores gregos vão às urnas neste domingo e podem colocar extrema-esquerda no poder

A Grécia realiza neste domingo (25) as eleições legislativas que podem dar um novo rumo ao país ao colocar o partido de extrema-esquerda Syriza no poder. O Velho Continente acompanha atento a votação, já que a legenda do líder Alexis Tsipras contesta as medidas de austeridade impostas aos países da União Europeia desde a crise na zona do euro.

Eleitores gregos começaram a votar às 7 horas deste domingo (25).
Eleitores gregos começaram a votar às 7 horas deste domingo (25). REUTERS/Marko Djurica
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Às 7 horas desta manhã (3 horas pelo horário de Brasília), os 19.449 colégios eleitorais da Grécia abriram para receber cerca de 9,8 milhões de eleitores. Nesta que está sendo considerada a eleição mais importante do país em 40 anos, os gregos devem escolher entre 22 partidos que se apresentaram para a convocação. As pesquisas de boca de urna começão a ser divulgadas à partir das 19h (15h, pelo horário de Brasília).

A metade dos eleitores gregos tem a expectativa de colocar uma nova geração de políticos no poder. Mas, entrevistados nesta manhã pela agência AFP, os primeiros que chegaram para votar em Atenas estavam reticentes em relação à escolha. Insegurança e indecisão faz parte do discurso de todos, sentimentos aliados também à desconfiança dos dois partidos que governaram a Grécia nos últimos 30 anos, o Nova Democracia e o socialista Pasok, ambos associados ao clientelismo e à corrupção.

Syriza na frente

O grande favorito nestas legislativas é o partido de extrema-esquerda Syriza, 6,6 pontos à frente do partido conservador Nova Democracia (ND), do atual primeiro-ministro Antonis Samaras. A esquerda radical obteria 32,9% dos votos contra 26,3% dos conservadores. Com esse desempenho, o Syriza não conseguiria a maioria absoluta do Parlamento grego, formado por 300 deputados. A sigla teria, assim, que negociar com outros partidos menores um governo de coalizão.

O elemento surpresa pode ser o partido neonazista Aurora Dourada. Alguns institutos de pesquisa apontam que a legenda de extrema-direita em terceiro lugar, na frente da legenda de centro-esquerda To Potami (O Rio, em português), fundado pelo apresentador de TV Stavros Theodorakis.

Toda a direção do Aurora Dourada está altualmente na prisão, incluindo o presidente do partido. Sete deputados foram indiciados na Justiça por pertencer a uma “organização criminosa”, depois que um membro da legenda assassinou, em setembro de 2013, o cantor de rap Pavlos Fyssas. O crime chocou a Grécia. O partido xenófobo, de discurso violento anti-imigração ainda atrai de 6% a 8% dos eleitores.

Não à austeridade, uma tarefa difícil

Aos 40 anos, Aléxis Tsipras pode se tornar o primeiro-ministro grego mais jovem da história do país. O líder da extrema-esquerda não duvida de sua vitória hoje e já se coloca no papel do futuro chefe de governo da Grécia ao dizer que está “consciente” de que a partir desta segunda-feira (26) vai liderar uma tarefa difícil.

Outra certeza do chefe do partido Syriza é sobre a renegociação da dívida grega (175% do PIB) com a troika de credores (Banco Central Europeu, União Europeia e FMI). “O futuro da Europa não é este da austeridade”, martela Tsipras. Entre as medidas imediatas que o líder do Syriza pretende colocar em prática está o aumento do salário mínimo de € 580 a € 751.

A postura de Tsipras agrada os partidos da esquerda radical do Velho Continente, como o Podemos, da Espanha, e a Frente da Esquerda, na França, mas preocupa os parceiros da Grécia na União Europeia e os mercados financeiros. Alguns analistas já prevêem a saída de Atenas da zona do euro; os mais pessimistas chegam a apontar que o país está à beira da falência.

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