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Papa Francisco/Europa

No Parlamento Europeu, Papa pede que países ajudem imigrantes clandestinos

O Papa Francisco chegou a Estrasburgo, no leste da França, na manhã desta terça-feira (25). No plenário do Parlamento Europeu, logo no começo do seu pronunciamento, o papa disse que tinha a missão de levar uma "mensagem de esperança e de encorajamento para toda a Europa". No discurso, Francisco criticou o "egoísmo" da sociedade contemporânea e pediu uma política de imigração mais humana.

Papa Francisco pronuncia discurso no Parlamento Europeu.
Papa Francisco pronuncia discurso no Parlamento Europeu. REUTERS/Christian Hartmann
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Em um discurso diante de 751 deputados, de diplomatas e de altos funcionários europeus, o sumo pontífice afirmou que a Europa deve insistir na questão do respeito aos direitos humanos. Ele também declarou que não se deve tratar os seres humanos como objeto quando eles estão "doentes e fracos" ou quando estão "idosos". "A vida humana não deve ser um mero comércio", sentenciou.

O Papa Francisco também criticou a "indiferença" de muitos na Europa em relação aos mais pobres e também lembrou do drama de vários imigrantes estrangeiros que tentam entrar no continente. Essa defesa dos direitos dos imigrantes, aliás, tem sido a marca desse pontificado. A primeira viagem do Papa foi à ilha de Lampedusa, em 2013, onde ele visitou os centros que acolhem os migrantes africanos que tentam chegar à Europa.

No pronunciamento desta terça-feira, ele voltou a usar palavras fortes. "O Mediterrâneo não pode virar um cemitério. Nesses barcos que chegam às costas da Europa, há mulheres e homens que precisam de ajuda". Para o Papa, a Europa precisa de uma legislação adequada para proteger os cidadãos europeus e receber adequadamente os imigrantes.

"Trabalho tem que ser digno", diz papa Francisco

A situação econômica no continente europeu também não foi esquecida. Em um momento muito aplaudido, Francisco se perguntou "como as pessoas podem manter a dignidade quando passam fome?". A pergunta foi um recado claro para que os dirigentes europeus se preocupem com o impacto negativo que a crise provoca nos mais pobres e nos mais vulneráveis.

Ele também conclamou os dirigentes a promover políticas que estimulem o emprego. "É preciso dar dignidade ao trabalho e conjugar a necessidade de flexibilidade com a estabilidade necessária para os trabalhadores", conclamou o sumo pontífice. Ele também disse que o bem-estar coletivo depende de ações individuais. "Não podemos tolerar que milhões de pessoas morram de fome enquanto toneladas de comida são desperdiçadas".

Visita rápida

Essa visita de Francisco será rápida. Ele vai passar apenas 4 horas em Estrabusgo. Além do discurso, ele se encontra com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz e com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Para os fiéis que desejaram acompanhar o discurso do Papa, telões foram instalados do lado de fora do Parlamento.

A última visita de um Papa ao parlamento Europeu foi em 1988. Na época, João Paulo II se dirigiu, porém, a uma Europa muito diferente. Apenas 12 países formavam a União Europeia -hoje são 28- e o Muro de Berlim ainda não tinha caído.

 Francisco lembrou que a Europa mudou muito nas últimas décadas e lamentou que o continente tenha uma imagem "envelhecida". "A essa Europa mais ampla e mais influente, se adiciona uma imagem de uma Europa envelhecida, oprimida e que tende a se sentir menos protagonista".
 

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