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Tensão/Ucrânia

Primeiros caminhões do comboio russo chegam a Lugansk

Sem autorização do governo de Kiev, os primeiros caminhões do controverso comboio humanitário russo chegaram na tarde desta sexta-feira (22) à cidade de Lugansk, reduto da rebelião separatista no leste da Ucrânia. Mais cedo, as autoridades ucranianas acusaram a Rússia de realizar uma “invasão indireta”.

Caminhões com ajuda humanitária russa entraram em território ucraniano na manhã desta sexta-feira (22).
Caminhões com ajuda humanitária russa entraram em território ucraniano na manhã desta sexta-feira (22). REUTERS/Alexander Demianchuk
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Todos os 260 caminhões do suposto comboio humanitário ultrapassaram a fronteira da Rússia com a Ucrânia nesta sexta-feira. No fim da tarde, alguns veículos chegaram à cidade de Lugansk, sem o acordo do governo de Kiev ou a escolta da Cruz Vermelha, como estava inicialmente previsto. A organização descartou acompanhar a missão nesta manhã, alegando falta de segurança.

Depois de uma semana de espera na fronteira, as autoridades russas decidiram entrar no território ucraniano sem autorização. Nesta manhã, Moscou alegou que “todos os pretextos” da Ucrânia para atrasar a chegada das quase duas toneladas de ajuda humanitária no leste do país se esgotaram.

Invasão indireta

O chefe dos serviços de segurança da Ucrânia, Valentin Nalivaitchenko, classificou a operação russa como “uma invasão indireta” ao território ucraniano.

Kiev diz que a responsabilidade sobre a segurança do comboio é inteiramente da Rússia. O governo ucraniano teme que a missão não passe de uma provocação dos insurgentes para atiçar ainda mais a tensão no leste do país e resultar em uma intervenção militar russa na região.

UE critica Rússia

Nesta tarde, a União Europeia (UE) criticou a entrada do comboio russo na Ucrânia, classificando a operação como “uma violação”. O porta-voz do serviço diplomático da UE, Sébastien Brabant, fez um apelo para que a Rússia revise sua decisão e lembrou que o não acompanhamento da missão pela Cruz Vermelha desrespeita o direito internacional humanitário.

De acordo com um observador da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Paul Picard, apenas 34 caminhões foram inspecionados por funcionários da alfândega e pelos policiais da fronteira. A maioria dos veículos passou sem que sua carga fosse verificada, informou.

Em nota oficial, o ministério ucraniano das Relações Exteriores se disse preocupado com a situação, afirmando que nem o governo de Kiev, nem a Cruz Vermelha sabem o que há dentro dos caminhões. “Também não conhecemos os acordos entre a Rússia e os rebeldes e não excluímos a possibilidade de provocações”, anunciou o comunicado.

Moscou respondeu que “todas as garantias indispensáveis” foram fornecidas ao governo ucraniano e que o itinerário do comboio foi previamente validado pela Cruz Vermelha.

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