UE e EUA anunciam sanções contra políticos russos e ucranianos
A União Europeia adotou nesta segunda-feira (17) sanções contra 21 personalidades ucranianas e russas consideradas responsáveis pela anexação da Crimeia à Rússia. Na seqüência, a Casa Branca anunciou sanções contra 11 personalidades dos dois países em represália pelo referendo realizado neste domingo.
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O anúncio das sanções do bloco europeu foi feito pelo ministro lituano das Relações Exteriores, Linas Linkevicius, após reunião do bloco, em Bruxelas.
Em sua conta no Twitter, o chanceler da Lituânia, país que preside atualmente a União Europeia, anunciou a restrição de vistos e o congelamento de bens das 21 personalidades russas e ucranianas. “Outras sanções suplementares serão anunciadas nos próximos dias”, declarou Linkevicius.
“Estamos tentando enviar a mensagem mais contundente possível à Rússia”, com o objetivo de que o país “entenda a gravidade da situação”, afirmou Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia, na sua chegada à reunião de Bruxelas.
As sanções decididas pelos chanceleres são inéditas na relação entre União Europeia e Rússia desde o fim da era soviética, em 1991. Elas marcam a aplicação da segunda etapa de uma “resposta gradual” decidida pelos chefes de Estado e de governo do bloco durante uma reunião extraordinária sobre a Ucrânia no dia 6 de março.
Segundo fontes diplomáticas, essa primeira lista de pessoas sancionadas não inclui membros do governo russo.
Estados Unidos anunciam sanções
O presidente americano, Barack Obama, assinou nesta segunda-feira um decreto autorizando sanções contra onze líderes políticos russos e ucranianos em represália à realização do referendo que decidiu pela anexação da Crimeia à Rússia.
Entre as personalidades visadas pela medida estão o vice-primeiro ministro russo, Dmitri Rogozine, a presidente do Conselho da Federação (Câmara alta do parlamento russo), Valentina Matvienko, e outros dois conselheiros próximos de Vladimir Putin.
O presidente destituído da Ucrânia, Viktor Yanukovicht, e o vice-primeiro-ministro pró-russo da Crimeia, Serguei Axionov, também integram a lista dos que sofrerão sanções da Casa Branca.
Gorbachev apóia resultado de referendo
O ex-presidente soviético Mikhail Gorbatchev comemorou o resultado do referendo na Crimeia que aprovou a anexação do território à Rússia e criticou a iniciativa dos ocidentais em impor sanções aos responsáveis russos e ucranianos.
“Se a Crimeia na época foi unida à Ucrânia sem ter pedido a opinião de seu povo, hoje este povo decidiu corrigir esse erro. É preciso comemorar isso e não anunciar sanções”, disse o ex-líder à agência de notícias Interfax.
A península do Mar Negro foi oferecida à Ucrânia pelo dirigente soviético Nikita Kruschev em 1954. “Para decretar sanções é preciso motivos sérios. E eles devem ter apoio da ONU”, afirmou Gorbatchev.
Segundo ele, a vontade expressa nas urnas pelo povo da Crimeia de fazer parte da Federação Russa não é um motivo suficiente para aplicar as medidas de retaliação.
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