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Ucrânia/Rússia

Parlamento ucraniano cria tropa especial para reforçar a defesa

O Parlamento ucraniano aprovou nesta quinta-feira (13) uma Guarda Nacional que poderá reunir até 60 mil pessoas. O objetivo é reforçar a defesa do país, que teme uma invasão russa ao leste do seu território.  

Parlamento ucraniano na Crimeia com soldados pró-russos que motam a guarda.
Parlamento ucraniano na Crimeia com soldados pró-russos que motam a guarda. REUTERS/Vasily Fedosenko
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O projeto de lei de criação da Guarda Nacional foi aprovado por 262 deputados. Segundo as autoridades ucranianas, essas tropas serão formadas, sobretudo, por voluntários oriundos de “grupos de autodefesa”, que se formaram durante os protestos contra o presidente Viktor Yanukovitch na Praça da Independência em Kiev.

A guarda será encarregada da segurança interna, das fronteiras e da luta contra o terrorismo. Ela ficará sob a autoridade do Ministério do Interior e poderá auxiliar o exército ucraniano, que possui 130 mil homens. A Rússia tem 845 mil soldados.

Iatseniuk em Washington

A três dias do referendo sobre a anexação da Crimeia à Rússia, aumenta a pressão sobre Moscou. Em Washington, o presidente americano Barack Obama recebeu o primeiro ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, com honras de chefe de Estado. O G7 alertou que não reconhecerá a provável incorporação da Crimeia à Rússia. Mesmo assim, todos os lados garantem que as vias de diálogo permanecem abertas.

Nesta quarta-feira (12), ao sair da Casa Branca, Arseni Iatseniuk foi cercado por jornalistas e repetiu uma frase emblemática de Ronald Reagan a Mikhail Gorbachev, durante a Guerra Fria: "Derrube este muro, este muro de guerra, este muro de intimidações e agressão militar. Conversemos", disse, procurando manter abertas as vias de diálogo com o presidente russo Vladimir Putin.

Crimeia sitiada

Putin, ainda sem reconhecer o governo interino, permitiu que Kiev sobrevoe a fronteira com a Crimeia para se certificar de que os russos não preparam uma invasão da Ucrânia pelo Leste. O presidente Obama foi mais duro e disse que se a Rússia insistir na violação do direito internacional, ela pagará o preço.

Mas, na prática, o exército russo segue controlando pontos estratégicos na Crimeia e só voos vindos de Moscou podem aterrissar no balneário. O presidente ucraniano Olexandre Turtinov praticamente abriu mão da região, mas diz se preocupar com o risco de uma invasão russa no resto do território.

Os países do G7 alertaram que não reconhecerão a anexação da Crimeia e pedem que a Rússia pare de apoiar o referendo que, de acordo com eles, não tem nenhuma sustentação moral. E os europeus aceleram a aproximação com Kiev: na quarta-feira a chanceler alemã Angela Merkel anunciou que a associação da Ucrânia à União Europeia pode ser assinada já na próxima cúpula do bloco, em 20 e 21 de março em Bruxelas.

Nesta quinta, Merkel fez uma afirmou que, se a Rússia não mudar de postura, ela será vista como uma ameaça pela União Europeia e sofrerá consequencias graves nos planos econômico e político.

OCDE

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) anunciou nesta quinta-feira (12) a suspensão “no momento” do processo de adesão da Rússia e disse querer reforçar a cooperação com a Ucrânia. A Rússia, que coopera com a OCDE desde 1962, pediu oficialmente a adesão à organização em 1996. Em 2007, os países-membros lançaram negociações de adesão com a Rússia.

 

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