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Ucrânia/Violência

Ao menos 60 manifestantes morreram em novos confrontos com a polícia na Ucrânia

Novos confrontos violentos entre manifestantes e polícia já resultaram em mais mortes nesta quinta-feira (20) em Kiev. Ao menos 60 pessoas foram mortas a tiros, informaram fontes médicas da oposição. A presidência ucraniana acusa os manifestantes pelos confrontos e diz que “três policiais também morreram”. Chanceleres europeus estão em Kiev e se encontram com presidente Yanukovitch. Em Bruxelas, uma reunião esta tarde deve definir sanções contra o governo ucraniano.

A imprensa ucraniana anuncia que o novos confrontos desta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014, deixaram ao menos 25 mortos em Kiev.
A imprensa ucraniana anuncia que o novos confrontos desta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014, deixaram ao menos 25 mortos em Kiev. REUTERS/Konstantin Chernichkin
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As novas cenas de violência aconteceram nas ruas de Kiev, depois que os manifestantes romperam o cordão de isolamento policial e retomaram o controle da praça da Independência, símbolo da manifestação contra o o governo do presidente Viktor Yanukovitch. A trégua anunciada pelo governo na noite de ontem, após dois dias extremamente violentos, não teve efeito.

A televisão ucraniana mostrou imagem de corpos estirados no chão da Praça da Independência. A agência Reuters falou pela manhã em 25 mortos, todos civis. Esta tarde, fontes médicas da oposição anunciaram um saldo de 60 manifestantes mortos a tiros.

Confrontos

Manifestantes mascarados, armados com bastões e coquetéis molotov deixaram as barricadas formadas no centro da capital e voltaram a atacar a polícia que se viu obrigada a recuar vários metros. Com essa retirada, as forças policiais acabaram cedendo terreno que haviam retomado violentamente na madrugada anterior.

Segundo um novo comunicado do governo divulgado hoje de manhã, 28 pessoas morreram na madrugada de quarta-feira e 287 pessoas continuam internadas. Entre os mortos, estão pelo menos 10 policiais e um jornalista. O ministério da Saúde informou ainda que, entre o grupo de manifestantes, um atirador fortemente armado visava a polícia. Se o balanço de hoje for confirmado, quase 90 pessoas morreram no país nas últimas 48 horas.

Embora o governo não declare oficialmente ter decretado um estado de urgência, na prática, essa é a realidade da Ucrânia hoje. Em Kiev, as estações de metrô foram fechadas e a entrada na capital está sendo controlada.

Lviv declara independência

A onda de violência também se estende para o resto do país. Em Lviv, no oeste, cerca de cinco mil manifestantes invadiram prédios da polícia, do exército e também um depósito de armas.

A assembleia parlamentar regional da cidade divulgou um comunicado no qual afirma que o governo de Viktor Yanukovitch está em uma "guerra aberta" contra o povo ucraniano. Por esse motivo, eles declararam que o poder executivo de Lviv é, a partir de agora, "independente" do governo central.

Atletas abandonam Sochi

A crise na Ucrânia também tem repercussão nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi na Rússia. Parte de delegação ucraniana decidiu abandonar os Jogos e voltar para casa. O presidente do comitê olímpico ucraniano, Serguei Bubka, disse que não sabe ainda quantos dos 43 atletas da delegação tomaram essa decisão.

Europeus preparam sanções

Diante dessa crise que é a pior desde que a Ucrânia se tornou independente da União Soviética em 1991, a União Europeia ameaça o governo ucraniano com sanções. Uma reunião extraordinária esta tarde em Bruxelas entre os ministros das Relações Exteriores do bloco discute as sanções a serem adotadas.

Os chanceleres da França, da Alemanha e da Polônia se reuniram hoje com o presidente ucraniano em Kiev. O cancelamento da reunião por motivos de segurança chegou a ser anunciado e depois desmentido. Eles continuam no país para tentar acabar com a escalada da violência na Ucrânia.

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