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Itália/Governo

Primeiro-ministro da Itália Enrico Letta pede demissão

O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, informou que vai entregar seu pedido de demissão ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, nesta sexta-feira (14). Letta decidiu renunciar ao cargo depois de perder o apoio dos parlamentares de seu partido (Partido Democrático, PD), em uma disputa interna que envolve o prefeito de Florença, Matteo Renzi, presidente da legenda.

Matteo Renzi, líder do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), e Enrico Letta, primeiro-ministro italiano.
Matteo Renzi, líder do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), e Enrico Letta, primeiro-ministro italiano. REUTERS/Remo Casilli /
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O Partido Democrático (PD), majoritário na coalizão de governo, votou nesta quinta-feira (13) uma moção apresentada pelo líder da legenda, Matteo Renzi, que defendia "a abertura de uma nova fase política no país, com um novo governo, apoiado pelas mesmas forças da coalizão".

Há várias semanas, Renzi liderava uma campanha contra Letta, acusando o premiê de "lentidão e falta de determinação" na chefia do governo. Enfraquecido pelas críticas do rival, Letta não compareceu à reunião do partido.

Pela legislação italiana, cabe ao presidente da República determinar os próximos passos para a formação de um novo governo. O prefeito de Florença desponta como favorito ao cargo de premiê.

Ambicioso e ávido de poder

Matteo Renzi é descrito como um político jovem e ávido de poder. Aos 39 anos, ele se inspira no estilo de Barack Obama e Tony Blair, e critica duramente a velha guarda da política italiana. Praticamente desconhecido há um ano e meio, o prefeito de Florença conseguiu em pouco tempo jogar para escanteio caciques do PD. O ex-premiê Massimo d'Alema e o ex-prefeito de Roma Walter Veltroni, por exemplo, desistiram de participar das eleições legislativas de 2013 depois de serem desmoralizados pelo jovem líder político.

Eleito em dezembro para a presidência do PD, primeira força de esquerda do país e maior bancada da base governista, Renzi quer "refundar" seu partido à maneira do "New Labour" de Tony Blair, na Grã-Bretanha. Renzi defende uma legenda democrata "mais ágil e inovadora". Há dois meses, ele vem acusando o governo Letta de "lentidão e falta de determinação", e conseguiu enfraquecer o primeiro-ministro. Uma pesquisa de opinião publicada há três semanas mostrou que 54% dos italianos têm uma opinião favorável sobre o jovem prefeito de Florença.

Casado, pai de três filhos, Renzi é formado em Direito, mas seu último emprego antes de entrar na política foi em uma empresa de marketing que pertence à sua família. 

Em seu editorial, o jornal La Repubblica afirmava na manhã desta quinta-feira que Renzi e Letta disputavam "a batalha final". "Se a direção do PD confirmar as críticas ao governo, Letta deverá assumir as consequências", escreveu o jornal italiano, próximo do PD.

 

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