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Vaticano/ papa

Papa Francisco responde a críticos e diz que não é marxista

O papa Francisco disse para um jornal italiano neste domingo que não é marxista, embora conheça “várias pessoas boas” que seguem o marxismo, em resposta às críticas de conservadores de que suas ideias econômicas e sociais respingam no comunismo. Francisco também negou que pretende nomear uma cardeal mulher e confirmou que vai visitar Israel e a Palestina no ano que vem, segundo o La Stampa.

Papa Francisco recebeu crianças no Vaticano neste domingo.
Papa Francisco recebeu crianças no Vaticano neste domingo. REUTERS/Giampiero Sposito
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Em novembro, um programa de rádio ancorado por Rush Limbaugh, muito admirado nos Estados Unidos, criticou o papa por comentários sobre a economia mundial. Limbaugh, que é metodista, disse que partes das declarações escritas no Evangelii Gaudium de Francisco, publicado naquele mês, eram "marxismo puro saindo da boca de um papa". O apresentador também acusou o papa de passar dos limites do catolicismo e ser "puramente político".

Em resposta às acusações, que iniciaram um debate na mídia e nos blogs mês passado, o pontífice, membro da ordem dos jesuítas, declarou ao jornal italiano que "a ideologia marxista é errada, mas, na minha vida, conheci muitos marxistas que são boas pessoas, então não me sinto ofendido".

No documento, considerado uma plataforma do seu papado, Francisco atacou o capitalismo como "uma nova tirania" e disse que "a economia de exclusão e desigualdade" matou pessoas ao redor do mundo. Na sua resposta aos críticos, Francisco disse que não falava “como um técnico, mas de acordo com a doutrina social da Igreja Católica Romana”, e isso não o “transforma em um marxista". Ele disse que tenta apenas mostrar "um recorte do que está acontecendo" no mundo.

Críticas ao capitalismo

Em outro documento publicado na semana passada, Francisco afirmou que salários enormes e bônus eram sintomas de uma economia baseada na ganância, e pediu que as nações diminuíssem a desigualdade econômica.

Também os conservadores estão preocupados e decepcionados com os pronunciamentos do papa, como quando ele declarou não estar em posição de julgar homossexuais, que segundo ele “são pessoas de bem, sinceramente procurando Deus”. Sobre as especulações de que estaria pensando em nomear uma cardeal feminina no ano que vem, sublinhou: "Eu não sei de onde essa ideia saiu. As mulheres na Igreja deveriam ser valorizadas, mas não virarem clérigos".

Ele disse que as reformas financeiras estão "no caminho certo", mas ainda não decidiu o que fazer com o Banco do Vaticano, envolto em escândalos nas últimas décadas. No passado, não descartou fechá-lo.
Francisco ainda destacou que está "ficando pronto" para visitar a Terra Sagrada no ano que vem, no 50° aniversário de quando o papa Paulo VI se tornou o primeiro, nos tempos modernos, a visitar o local. Francisco foi convidado por Israel e pela Autoridade Palestina para fazer uma visita, que deve ocorrer em maio ou junho.

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