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Itália/Naufrágio

Imigrantes atearam fogo a cobertor para pedir socorro

Pelo menos 130 imigrantes africanos morreram afogados e 200 estão desaparecidos após o naufrágio do barco em que viajavam, na manhã desta quinta-feira, perto da ilha de Lampedusa, no sul da Itália. Sobreviventes relatam que antes do barco afundar, eles atearam fogo a um cobertor para pedir socorro a outras embarcações. Porém, o barco tinha um vazamento de combustível e as chamas se alastraram rapidamente.

Sobreviventes do naufrágio chegam ao porto de Lampedusa, 3 de outubro de 2013.
Sobreviventes do naufrágio chegam ao porto de Lampedusa, 3 de outubro de 2013. REUTERS/Nino Randazzo/ASP press office/Handout via Reuters
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O barco, que transportava de 400 a 500 imigrantes, tinha deixado o porto de Misrata, na Líbia. Segundo a ONU, a maior parte dos passageiros é originária da Eritreia e da Somália. Há 151 sobreviventes. As operações de resgate continuam em andamento. Entre os mortos havia três crianças e duas mulheres grávidas, disse o vice-primeiro ministro italiano Angelino Alfano, falando em um "dia dramático" para a Itália.

O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, convocou um dia de luto nacional nesta sexta-feira. O papa Francisco, que fez a primeira viagem de seu pontificado à ilha de Lampedusa, em solidariedade aos imigrantes mortos na travessia, publicou uma mensagem no Twitter pedindo a todos os cristãos que rezem pelas vítimas de "mais uma tragédia".

"É um horror, um horror, não param de chegar corpos", declarou chorando, às redes de TV, a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini. Revoltada com o destino dos africanos, a prefeita enviou um telegrama ao primeiro-ministro com um convite para que ele fosse à ilha contar os mortos.

A Comissão Europeia fez um apelo para que os países do bloco intensifiquem os esforços a fim de evitar novas tragédias como esta. "A Europa deve mostrar sua solidariedade com os imigrantes e com os países que recebem um fluxo crescente de refugiados", declarou a comissária europeia do Interior, Cecilia Malmstrom. Ela disse que os métodos de identificação dos barcos em perigo devem ser aperfeiçoados. A comissária também pregou maior cooperação com os países de origem dos imigrantes, defendendo a "abertura de novas vias de imigração legal".

Barco afundou a 550 metros da costa

Equipes da marinha italiana continuam na área, mas desde 12h, no horário local, os sete mergulhadores que participam das buscas não conseguiram encontrar sobreviventes. O barco afundou a 550 metros da costa, mas em uma área onde a profundidade atinge de 30 a 40 metros.

O alerta de naufrágio foi dado por dois barcos pesqueiros. Rapidamente, duas lanchas da patrulha marítima, um navio da guarda costeira e outro da polícia aduaneira foram para o local do naufrágio. Helicópteros também foram mobilizados na operação de resgate.

Na última segunda-feira, 13 imigrantes, a maioria provenientes da Eritreia, já tinham se afogado tentando alcançar a costa da Sicília, quando caíram do barco lotado em que viajavam ou foram jogados no mar.

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