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Rússia/Greenpeace

Brasileira ativista do Greenpeace continua detida por mais 3 dias na Rússia

Treze militantes do Greenpeace, dez estrangeiros e três russos, foram colocados nesta quinta-feira, 26 de setembro de 2013, em prisão preventiva por pirataria, um crime passível de 15 anos de prisão. Eles foram detidos após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. A brasileira Ana Paula Maciel, que fazia parte da tripulação do navio do Greenpeace, ficará detida por mais três dias a fim de prestar um novo depoimento.

Guarda-costeira russa aborda ativistas que tentavam escalar plataforma de petróleo no Ártico.
Guarda-costeira russa aborda ativistas que tentavam escalar plataforma de petróleo no Ártico. REUTERS/Denis Sinyakov/Greenpeace
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Um tribunal de Murmansk, no noroeste da Rússia, ordenou a prisão preventiva por dois meses do capitão do navio Artic Sunrise do Greenpeace, o americano Peter Wilcox. Ele já havia sido capitão do Raibow Warrior, o barco da ong ecologista sabotado em 1985 pelo serviço secreto francês.

Uma decisão similar foi tomada no caso do suíço Marco Weber, que havia escalado no dia 18 de setembro a plataforma petrolífera Prirazlomnaïa, do gigante russo Gazprom, a fim de protestar contra os projetos de exploração do petróleo na área.

A mesma medida foi aplicada a outros ativistas originários da Polônia, da Nova Zelândia, do Canadá, da França, da Turquia, da Itália e da Dinamarca. É raro que estrangeiros sejam colocados em prisão preventiva na Rússia.

O fotógrafo independente russo Denis Siniakov e dois outros cidadãos russos também foram condenados a dois meses de detenção.

Os militantes negaram as acusações de "pirataria", enfatizando que o protesto contra a plataforma da Gazprom no Ártico era pacífico.

Já o porta-voz da empresa, Sergueï Kuprianov, declarou à rádio Echo de Moscou que o Greenpeace havia agido "de maneira totalmente ilegal".

O Comitê de investigação russo considerou que os integrantes da tripulação, originários de 18 países, poderiam fugir da Rússia caso fossem soltos.

Um porta-voz do Greenpeace International, o sueco Dmitri Litvinov, filho do célebre dissidente e preso político da época soviética Pavel Litvinov e bisneto do ministro das Relações Exteriores de Stálin, teve sua prisão preventiva prorrogada por 72 horas. Esse também foi o caso da bióloga brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos, que milita na organização desde 2006.

O caso corre o risco de se transformar em um incidente diplomático. Invocando o direito marítimo, a Holanda já pediu que as autoridades russas liberem a tripulação do navio.

Kumi Naidoo, diretor do Greenpeace International, qualificou as decisões da justiça russa de "intimidação".

Por sua vez, a ong Repórteres sem Fronteiras se disse "chocada" pela prisão preventiva do fotojornalista Denis Siniakov, que estava no navio para registrar o protesto.

"Denis Siniakov foi preso durante o exercício de sua atividade profissional e sua detenção constitui uma violação inaceitável da liberdade de informação", declarou a ong em um comunicado.

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