Indecisos devem definir eleições legislativas na Alemanha
A chanceler alemã Angela Merkel fez o seu último comício nesse sábado, 21 de setembro, em Berlim. A poucas horas das eleições legislativas desse domingo, o grupo da chefe do governo continua liderando as pesquisas de opinião. Mas se a mulher mais poderosa do mundo quiser se manter no cargo, ela ainda terá que convencer um terço dos eleitores que ainda não sabe para que vai votar.
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No poder há oito anos, Angela Merkel se mostrou combativa até o último dos 65 comícios da campanha. Diante de milhares de militantes nesse sábado em Berlim, a chanceler alemã, apontada como a mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes, defendeu as conquistas de seu governo e lembrou a posição de líder do país na União Europeia em plena crise econômica. “Nós estabilizamos o Euro porque somos solidários. Mas só conseguimos isso porque também estabilizamos o nosso país. As nações que são mais fracas devem superar suas fraquezas. Solidariedade, responsabilidade, esforço e ajuda. Esse é o princípio da cooperação na Europa. Foi assim que nós estabilizamos o Euro!”, ressaltou Merkel em seu discurso, lembrando que há cerca de uma década a Alemanha ainda era conhecida como “o homem doente” do continente.
Alguns adversários criticaram a chanceler alemã por ter baseado toda sua campanha em sua própria personalidade. “Vocês sabem quem eu sou!”, martelou a chanceler em praticamente todos os comícios. Uma postura contestada por muitos, como ressaltou o jornal Tagesspiegel ao lembrar que “Merkel não fez nenhuma promessa concreta, não tem visão, projeto ou programa”.
Já Peer Steinbrück, o principal rival da chanceler, terminou sua campanha em Frankfurt, capital financeira do país e sede do Banco Central Europeu. Diante de uma multidão portando bandeiras do partido SDP, o social-democrata prometeu instaurar um salário mínimo generalizado de 8,5 euros por hora (cerca de 25 reais) a partir de fevereiro de 2014. “Está em suas mãos. Votem! Somos um partido que quer corrigir os erros sociais”, disse ele, salientando que a Alemanha, apesar dos baixos índices de desemprego, é um dos países com os menores salários do bloco europeu.
Abstenção e indecisos
Menos de 24 horas antes da abertura das zonas eleitorais, a União Democrática Cristã (CDU), partido de Merkel, continua na frente nas pesquisas de opinião, com 39% das intenções de voto. No entanto, apesar dos 6% de seus aliados liberais do FDP, a coalizão da chanceler ainda não atinge a maioria necessária para vencer e continua em uma posição delicada. Principalmente depois que os sociais-democratas do SPD se recuperaram e já representam 26% do eleitorado interrogado.
Com esses resultados, os partidos continuam dependendo dos indecisos, que representam um terço dos 62 milhões de eleitores do país. O índice de abstenção também pode pesar na balança, principalmente quando se sabe que nas últimas legislativas alemãs, há quatro anos, 30% dos votantes não participaram do pleito, batendo um recorde histórico.
O presidente Joachim Gauck chegou a lançar um apelo em um vídeo na internet para tentar mobilizar a população. “Nós podemos escolher. Esse é o sonho de milhões de pessoas no mundo”, disse o chefe de Estado.
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