Cerceamento da mídia londrina gera preocupação na Comissão Europeia

A vice-presidente da Comissão Europeia encarregada da Justiça, Viviane Reding, expressou nesta quinta-feira sua preocupação com a liberdade de imprensa depois da prisão de um colaborador do jornal britânico The Guardian, por publicar documentos secretos vazados pelo ex-técnico de informática da Agência de Segurança Nacional americana, Edward Snowden.

Viviane Reding, vice-presidente da Comissão Europeia. Wikimedia Commons

Via Twitter, Reding disse "compartilhar inteiramente as preocupações de (Thorbjorn) Jagland", o secretário geral do Conselho Europeu. Em carta enviada nesta quarta-feira à ministra britânica do Interior, Theresa May, ele pediu informações sobre a detenção e a exigência feita por funcionários do governo para que o editor do jornal destruísse discos rígidos que continham dados sigilosos repassados por Snowden. No texto, Jagland advertia que estes dois episódios poderiam ter "um efeito nefasto sobre a liberdade de expressão garantida pelo artigo 10 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos".

Esta tomada de posição de Viviane Reding contrasta com a posição oficial da Comissão sobre o assunto. "Não temos nenhum comentário a fazer sobre esse caso", foi o que se restringiu a dizer nesta quarta-feira o porta-voz do órgão Olivier Bailly. Diplomaticamente, ele adicionou que "A Comissão tem muita consideração pela liberdade plena e integral de expressão e informação da mídia em todos os Estados membros".

E tergiversou: "Mas, estes direitos fundamentais não são absolutos e é preciso sempre guardar um equilíbrio apropriado com outros direitos, como a segurança nacional. Os dois caminham juntos: não se pode ter liberdade sem segurança e vice-versa".