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Rússia/Inundação

Extremo-oriente da Rússia enfrenta enchentes históricas

A Rússia enfrenta inundações sem precedentes em vários regiões do Extremo-Oriente, que obrigaram as autoridades a retirar mais de 23 mil pessoas de suas casas e podem provocar epidemias.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, se disse preocupado com o fato de muitas crianças não poderem voltar às aulas nas regiões afetadas pelas enchentes.
O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, se disse preocupado com o fato de muitas crianças não poderem voltar às aulas nas regiões afetadas pelas enchentes. Wikimedia Commons
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Fortes chuvas caíram nessas regiões desde o final de julho, fazendo transbordar o rio Amor, na fronteira com a China, assim como vários afluentes, sobretudo o Zeia e o Bureia. Milhares de casas e de hectares de plantações foram inundados.

Em Khabarovsk, o nível do rio Amor chegou a 6,73 metros na madrugada desta terça-feira, 20 de agosto de 2013, e pode chegar a 7,8 metros até o dia 28 de agosto.

"Esse é um nível recorde para a região de Khabarovsk desde o início das observações" em 1895, disse Iuri Varakine, responsável pela agência meteorológica russa Rosguidromet. "O último recorde registrado era de 1897 com 6,42 metros", apontou ele.

No total, 23.313 pessoas já tiveram que deixar suas casas no conjunto das regiões afetadas, segundo um comunicado do representante do Kremlin no distrito federal do Extremo-Oriente, Viktor Ichaev. No sábado ele já havia declarado que devido ao tamanho da catástrofe o número de pessoas desabrigadas poderia chegar a 100 mil.

A televisão russa mostra imagens de pessoas que se deslocam de barco em meio a casas quase totalmente cobertas pela água.

Soldados foram mobilizados para erguer diques ao longo do rio e as autoridades indicaram ter preparado 10 mil sacos de areia caso as águas derrubassem as barreiras.

Além disso, muitas pessoas ficaram sem dinheiro depois do fechamento pelo principal banco do país, Sberbank, de várias sucursais e caixa automáticos nas regiões afetadas.

Na televisão, Viktor Ichaev relatou que muitos russos que haviam emprestado dinheiro para comprar a própria casa agora ficaram sem alojamentos, e criticou duramente a maneira como as autoridades locais lidaram com a situação.

"Os habitantes em vários lugares dizem: 'Se vocês tivessem começado um pouco mais cedo vocês teriam salvado zonas residenciais'. E eles têm razão!", afirmou ele.

No ano passado, as enchentes que aconteceram no mesmo período em Krymsk, no sudoeste da Rússia, provocaram a morte de 172 pessoas. Quatro autoridades locais estão atualmente sendo julgadas por negligência.

Viktor Ichaev também se disse preocupado com o risco de epidemias nas regiões inundadas. Das 29.500 pessoas que devem ser vacinadas, somente 2.000 receberam suas doses até agora, apesar de carregamentos de vacinas contra a hepatite A, a difteria e a febre tifóide terem sido enviadas a essas regiões.

Já o primeiro-ministro Dmitri Medvedev se disse alarmado com o fato de que cerca de 10 mil crianças viviam nas zonas inundadas e que muitas delas não poderão começar o ano escolar no dia primeiro de setembro como previsto, pois as escolas foram destruídas pelas enchentes ou usadas para acolher os desabrigados.

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